16/04/2024
Ano 27
Semana 1.363

 

 

ARQUIVO GERAL





 

Bruno Torres Paraíso




POEMA PARA MINHA MÃE, DONA CRISANTINA




Ela era linda e guardada por papai
com todo o cuidado num cofre
forrado de veludo suave para não
machucar sua pele sedosa nem
permitir que o excesso de luz
neutralizasse o brilho de seus olhos
negros tão expressivos que falavam
sem precisar de palavras, ao sabor
dos sentimento que queria traduzir.

Transbordava amor, cuidados, e uma
Imensa delicadeza, sem nunca transigir
com coisas erradas, com sentimentos
pequenos que incomodassem o seu
gosto pela ordem e pela verdade.
Hoje o dia é dela mas não posso
separá-las de papai, seu guardião
amoroso, atento, zeloso, que
somente conseguia sorrir se
a visse tranquila, suave e feliz.

O amor imenso que os uniu
tão longamente às vezes me
deixava meio tonto, perplexo
e um pouco assustado: como

era possível tamanha sintonia?
Até hoje não sei qual era o
milagre que os unia daquele
jeito intenso e sempre renovado.
E agradecia à vida por ter sido
balançado por eles naquele
berço tão amoroso, balanço
delicado como jamais tive
outro na vida, e no dia dela
só posso homenageá-la
colocando ao seu lado a
sua outra metade, pois
sei que sempre estarão
juntos, juntos para sempre.





Bruno Torres Paraíso é jornalista profissional aposentado. Trabalhou muitos anos no velho e querido Correio da Manhã, onde começou sua sua carreira. Depois também trabalhou no Jornal do Commercio do Rio. Em seguida. deixou o jornalismo diário e foi atuar como gerente de Comunicação e Marketing do antigo Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, BD-RIO, extinto.
Logo após, atuou como diretor da revista Rumos, da Associação Brasileira de Instituiçoes Financeiras de Desenvolvimento - ABDE. RUMOS era uma publicação especializada em desenvolvimento econômico. Esta publicação teve muito êxito e recebeu 10 prêmios da Aberje, uma entidade que cuidava do jornalismo empresarial.
 
É capixaba de nascimento e o lugar do ES onde mais tempo viveu foi Cachoeiro de Itapemirim, que considera como terra adotiva. Lá estudou o ginasial e o científico, participou de entidades estudantis e ajudou a fundar, há mais de 60 anos, a Academia Cachoeironse de Letras, ainda hoje muito atuante.

É, também, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo - IHGES.

 



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Direção e Editoria
Irene Serra