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Placa Aterosclerótica
No processo de trombose da artéria, quer
seja no coração, no cérebro, nas pernas, no olho, ou qualquer outro local, o
inÍcio se dá por uma alteração do endotélio, que é a camada interna da artéria e
segue com um depósito de gorduras até a formação de uma placa, que também é
chamada de ateroma. O prof. Valentin Fuster (E. Unidos) fez uma palestra, no
Congresso Mundial de Cardiologia, realizado no Rio de Janeiro, de 26/04 a
30/04/98, informando que, ao contrário do que se admitia, anteriormente, essa
placa é vulnerável e sofre ulcerações e rupturas porque é muito "mole" pela alta
quantidade de gordura depositada, que, por sua vez, libertam outros trombos que
vão ajudar a entupir outras artérias menores. O que o Dr. Fuster verificou é que
ao contrário do que poder-se-ia imaginar são as placas récem-formadas, as
menores, que são mais vulneráveis. Esse fenômeno de ruptura é ativo e é uma
reação do organismo contra a formação dessas placas, realizado pelos macrófagos,
como se fosse um corpo estranho, portanto, uma proteína. É que a placa também é
rica em tecido extracelular da matrix e celular do tecido muscular liso.
Quando essa ruptura ocorre na artéria coronária, fatores trombogênicos locais e
sistêmicos podem agir, influindo no grau e tempo no qual o trombo poderá se
fixar. Isso significa que o organismo, como um todo, luta contra a trombose, o
que inclui um novo fator tecidual (TF) que tem uma interação com os macrofagos e
os monócitos circulantes, no sangue, além dos fatores anti-coagulantes
(anti-trombogênicos) É, pois, uma reação mediada por células e enzimas.
Essa luta contra esta reação é a novidade trazida no Congresso e atualmente,
sobre o fato de se tentar ajudar o organismo com novos estímulos. O prof. Fuster
também descobriu que as pessoas que já tomam medicamentos para reduzir o
colesterol, diminuem o LDL-colesterol, e isso faz com que as placas formadas
sejam mais moles, pois há maior aporte de colesterol líquido ou esterificado,
hidrolizando os cristais de colesterol. A placa fica mais mole e a reação da
defesa contra a placa desenvolvida pelo organismo, antes descrita, também é
menor.
Fonte: Revista de Atualização Médica |