16/06/2022
Ano 25
Número 1.276





 

ARQUIVO

PEDRO FRANCO


 


 

 


Depois da borrasca


Haverá bonança? E será necessário refletir sobre o passado e nem me venham com o passado já passou. Passou, só que deixou ensinamentos para o mundo e para cada país. Qualquer indivíduo com neurônios funcionando percebe que se determinados gastos fossem diminuídos, em pelo menos dez por cento, o COVID 19 estaria já com vacina pronta e muitos outros problemas mundiais, ligados à saúde, resolvidos. Verbas para viagens interplanetárias, para artes bélicas, inclusive atômicas, para malfeitos e corrupções, poderiam ser diminuídas. Não, não aceito malfeitos e corrupções, só que os há e haverá, não carrego dúvidas. Vejam que não falei em não ter estas determinadas verbas, recomenda-se apenas diminuição em dez por cento, ou algo assim. Só que o fato esbarra na inexistência de líderes mundiais sensatos.

No Brasil os partidos políticos tinham que existir, para dar opções cabíveis aos eleitores. Que partido tem uma doutrina de conduta sensata? Li que o brasileiro não só põe lixo nas ruas, mas coloca também nas urnas. Há raras exceções, para não ser radical.

E se apontei para a necessidade de levar mais dólares às pesquisas na área de saúde, temo que esta área, onde há indústria por trás e da pesada, valorize em excesso, algo que pode ser desvantagens nos tempos normais. Telemedicina tem campo muito restrito e nunca pode negar a possibilidade do binômio médico – paciente funcionar. E sem correrias nas consultas médicas. Correrias, que são explicadas e nem por estas explicações aceitas, pelo preço de manter o funcionamento de um consultório médico e precisar atender um maior número de pacientes, são tecnicamente deploráveis. Quase todos profissionais recebem honorários de Planos de Saúde. Chamar de honorários soa até como piada. E é absolutamente necessário ter ANS atenta, para não deixar ocorrer com importantes planos de saúde, fatos já ocorridos. Depois que o plano já falhou, a Agência avisa: faliu. E algumas vezes já tinha elemento atuando nestes planos por longo tempo e, aceitando verificações externas e espúrias, tipo firmas de auditorias internacionais e com títulos em inglês e agenda de venda deixou o barco naufragar. Passado recente mostra danos para interessados e cooperados. Portanto que um recurso em época de pandemia, consultas virtuais, logicamente menos onerosas, não devem ser empregadas, porque paciente e médico devem estar travando as batalhas doenças, vis a vis e o médico empregando de forma plena sua arte/ciência. Enfim não há doenças e sim doentes, o Conselheiro Acácio de Mestre Eça já nos dizia. E não se pense que sou contra Planos de Saúde e lastimo até quem não os tenha. Só que em países evoluídos há que fiscalizá-los e de forma criteriosa.

Portanto há muita coisa no Quartel de Abrantes, que não pode depois da borrasca COVID 19 ficar como dantes. E, lamentavelmente, vaticino, ficará.

E na volta a esta superficial normalidade, que esperamos viver, pós este vírus e outros, que se busque um pouco de romantismo para a vida, principalmente para o dia-a-dia a dois. Fontes românticas é que não faltam. E o romantismo, se sincero, não artificial, é adubo ideal para o amor, omnia saecula saeculorum, para a paz e a felicidade.  


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Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral

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