Érica Verderi
Não importa qual a etiologia, mas os problemas posturais se disseminam pela
população em geral, já se manifestando na infância e adolescência. Os problemas
na adolescência se desenvolvem a partir de 10 anos e uma criança sem orientação
pode adquirir vícios posturais, principalmente no manuseio com materiais
escolares, nas atividades do dia-a-dia e nas aulas de Educação Física praticadas
na escola.
A maior parte dos problemas com a nossa postura é resultado de
efeitos acumulados de má postura, uma vida estressante, maus posicionamentos
no trabalho, maus hábitos no dormir e levar uma vida sedentária. Poderemos dizer,
então, que os desequilíbrios são classificados como mecânicos, emocionais e
orgânicos.
Podemos observar que por diversos fatores descuidamos de nosso
corpo e muitas vezes sem conhecermos realmente seu funcionamento, utilizamo-lo
de forma errada, causando-lhe danos.
A má postura é um hábito que adquirimos
na nossa infância, portanto é fundamental que zelemos pela saúde de nosso corpo,
e através de análises e observações diárias de nossas posturas possamos no
dia a dia estar nos orientando e prevenindo os maus hábitos posturais. Devemos
praticar uma atividade física, que nos dê autoconfiança com nosso corpo, devemos
proporcionar conhecimento corporal que, transportados para o dia a dia, possam
melhor conviver com nossas necessidades diárias de uma forma mais saudável, sem
agredi-lo.
O conhecimento do corpo deve iniciar-se na infância, quando a
criança está em fase de desenvolvimento e seu corpo sujeito a transformações,
porque depois, na fase adulta, sem a presença deste conhecimento, as pessoas
terão maior dificuldade de educar posturalmente seu corpo. Atividades
domésticas, digitadores, manicures e outros, são os que mais acarretam
alterações posturais, causadas pelo uso repetitivo e inadequado de seus
segmentos corporais.
O que precisamos entender é que nossa função estática
não é regida por músculos isolados, mas sim, por um conjunto de músculos que,
alguns estudiosos se referem como “cadeias musculares”. Todo desequilíbrio ou
desarranjos que ocorram nessas cadeias nos levará a um desequilíbrio do tônus
muscular e consequentemente a má postura.
Dessa forma, considero importante
um trabalho corporal de maneira a desenvolver não só habilidades corporais, mas
também, uma educação postural que oriente os indivíduos para um trabalho
corporal consciente e que ele saiba respeitar seu corpo, não exigindo dele além
do necessário, realizando atividades que ele possa compensar seus esforços e
evitar grandes males para um futuro próximo.
Um corpo saudável é
responsável pelo bom desempenho de todas as atividade diárias do ser humano, no
entanto, a ausência de saúde leva o ser humano à um desequilíbrio físico,
mental, social e profissional.
Muitos sintomas como dores de cabeça,
formigamento nos braços, dores em certas regiões do corpo, dores abdominais
entre outras, tem sua origem nos desequilíbrios posturais. Porém, muitas
pessoas, poderíamos dizer a maioria, não possuem essa informação e nem imaginam
que as dores que estão sentindo são consequências desses desequilíbrios e ficam
“pulando de um médico para outro”, em busca de melhores resultados.
Não
pretendo, nem digo que um programa de educação postural seja a última forma
contra os problemas posturais e esforços repetitivos, mas talvez possamos estar
subsidiando uma proposta de rico conteúdo para a educação postural do nosso
corpo, esteja ele na escola, em casa, no trabalho, no clube, etc. E, acima de
tudo, estar contribuindo para uma melhor qualidade de vida. “PRATIQUE ESTA
IDÉIA!”
Érica Verderi é professora de Educação Física