01/09/2022
Ano 25
Semana 1.286

 


Arquivo

 

 


 

Bactéria resistente também ficou mais agressiva


Pesquisadores suecos descobriram que linhagens de bactérias resistentes a drogas estão ficando mais agressivas. Até agora, as bactérias multirresistentes eram motivo de preocupação devido à dificuldade de encontrar um tratamento eficaz, uma vez que são resistentes a muitos antibióticos. Porém, elas não eram particularmente mais virulentas. Cientistas do Instituto Sueco para Controle de Doenças disseram, no entanto, que certas bactérias resistentes sofreram mutações e ficaram mais agressivas.

Num estudo publicado na revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences", Johanna Bjorkman e sua equipe relataram a descoberta de uma linhagem mutante agressiva de bactérias do gênero Salmonella. Segundo Bjorkman, salmonelas resistentes podem sofrer mutações que lhes dão maior agressividade em poucas gerações.

O estudo foi realizado com camundongos. Os cientistas usaram três tipos de antibióticos para combater uma infecção no fígado dos animais. Normalmente, a salmonela resistente não provoca uma infecção severa nos camundongos. A linhagem mutante mais agressiva, porém, deixou os animais gravemente doentes.

No Brasil, já foram detectadas bactérias multirresistentes a diversos antibióticos, entre elas os Staphylococcus aureus, importantes causadores de infecção hospitalar. Mas até agora no país essas bactérias continuam sensíveis à vancomicina, um dos poucos antibióticos que ainda podem ser utilizados no combate dessas infecções. Recentemente foi descoberta uma linhagem de S. aureus resistente ao antibiótico mupirocina, justamente o mais usado no controle dessa espécie de bactéria em hospitais. No entanto, a cientista Agnes Figueiredo, professora adjunta do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora visitante do Instituto Skirball de Medicina Biomolecular da Universidade de Nova York, esclarece que no Brasil ainda não foi verificada diminuição da sensibilidade à vancomicina na linhagem multirresistente de S. aureus disseminada nos hospitais. Mas a cientista alerta que é preciso fazer um controle epidemiológico mais rigoroso, para evitar que o combate da bactéria se torne mais difícil no país.

Fonte: Globo On


 
___________________

Direção e Editoria
Irene Serra
irene@revistariototal.com.br