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Bactéria resistente também ficou mais agressiva

Pesquisadores suecos descobriram que linhagens de bactérias
resistentes a drogas estão ficando mais agressivas. Até agora, as bactérias
multirresistentes eram motivo de preocupação devido à dificuldade de encontrar
um tratamento eficaz, uma vez que são resistentes a muitos antibióticos. Porém,
elas não eram particularmente mais virulentas. Cientistas do Instituto Sueco
para Controle de Doenças disseram, no entanto, que certas bactérias resistentes
sofreram mutações e ficaram mais agressivas.
Num estudo publicado na
revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences", Johanna
Bjorkman e sua equipe relataram a descoberta de uma linhagem mutante agressiva
de bactérias do gênero Salmonella. Segundo Bjorkman, salmonelas resistentes
podem sofrer mutações que lhes dão maior agressividade em poucas gerações.
O estudo foi realizado com camundongos. Os cientistas usaram três tipos de
antibióticos para combater uma infecção no fígado dos animais. Normalmente, a
salmonela resistente não provoca uma infecção severa nos camundongos. A linhagem
mutante mais agressiva, porém, deixou os animais gravemente doentes.
No
Brasil, já foram detectadas bactérias multirresistentes a diversos antibióticos,
entre elas os Staphylococcus aureus, importantes causadores de infecção
hospitalar. Mas até agora no país essas bactérias continuam sensíveis à
vancomicina, um dos poucos antibióticos que ainda podem ser utilizados no
combate dessas infecções. Recentemente foi descoberta uma linhagem de S. aureus
resistente ao antibiótico mupirocina, justamente o mais usado no controle dessa
espécie de bactéria em hospitais. No entanto, a cientista Agnes Figueiredo,
professora adjunta do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e professora visitante do Instituto Skirball de Medicina
Biomolecular da Universidade de Nova York, esclarece que no Brasil ainda não foi
verificada diminuição da sensibilidade à vancomicina na linhagem
multirresistente de S. aureus disseminada nos hospitais. Mas a cientista alerta
que é preciso fazer um controle epidemiológico mais rigoroso, para evitar que o
combate da bactéria se torne mais difícil no país.
Fonte: Globo On
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Direção e Editoria
Irene Serra
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