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Síndrome de Reye
Milton Artur Ruiz
A Síndrome de Reye é uma síndrome que se apresenta
como uma encefalopatia e degeneração gordurosa das vísceras e aparece após uma
infecção aguda causada por vírus. Esta doença é rara, sendo estimada a presença
de 1 caso para 100.000 pessoas.
A doença foi descrita, pela primeira vez,
em 1929, como uma doença clínica e patológica, mas não foi devidamente
identificada. Em 1963 foram reportados 16 casos de encefalite, no estado da
Carolina do Norte, Estados Unidos, caracterizando uma epidemia da Síndrome.
Até hoje, ela é uma doença não entendida, que ataca crianças com idade
abaixo de 16 anos, e tendo como possíveis causas os agentes viróticos, tais como
o vírus da varicela, toxinas exógenas, salicilatos (aspirina) e defeitos
metabólicos intrínsecos nas enzimas do ciclo da ureia.
Em relação ao uso
de aspirinas durante os períodos infecciosos descreve-se que elas podem fazer
aparecer a síndrome, mas não há provas conclusivas a respeito. Por isso é que as
bulas de aspirina alertam para tal fato, com o intuito de prevenir a população
contra estes efeitos colatais. A maioria dos casos registrados nos
Estados Unidos ocorre no outono e inverno. Os surtos foram associados ao vírus
da varicela, do Epstein-Barr. Na Tailândia, a síndrome foi associada à ingestão
de aflatoxina.
Com o aparecimento da doença, há um acúmulo de gordura do
pâncreas, coração, rins e baço, além de uma inflamação do fígado.
Sinais
e Sintomas
Os sintomas são precedidos por uma doença de característica
viral, como uma infecção respiratória, diarreia ou mesmo após varicela. No caso
da varicela, a síndrome aparece cinco dias após os primeiros sinais da doença e
das erupções na pele da criança. São sinais da Síndrome: náuseas, vômitos,
letargia e indiferença. A criança também pode apresentar irritação, delírios,
amnésia e respiração acelerada. O fígado pode crescer de tamanho, mas não há
sinais de manchas amarelas na pele ou febre pronunciada. Quando a doença
avança pode ocorrer estágios mais profundos de coma, convulsões, episódios de
desorientação, flacidez e o paciente pode apresentar as pupilas dilatadas,
fixas, além da evolução do quadro para uma parada respiratória.
Tratamento
Como a causa da síndrome é incerta e os distúrbios do metabolismos
são generalizados, não há um tratamento específico. Se o diagnóstico for feito
cedo, e houver um cuidado intensivo, isso colaborará no tratamento e na evolução
do paciente. Os estágios mais avançados requerem um cuidado intensivo, sendo
que a criança deve ser monitorada, para haver um controle do seu estado de
saúde, e de todas as funções orgânicas. Os prognósticos para as crianças com
a síndrome de Reye são sombrios. Se feito um diagnostico cedo, há chance de
redução da mortalidade. Nos casos em que o diagnóstico é tardio, poderá haver
sequelas neurológicas graves e até fatais. O tratamento da criança com
Síndrome de Reye deve ser sempre em hospital e não em casa, pois é uma doença
séria e grave.
Prevenção
Não devem ser administrados aspirinas ou
outros derivados no tratamento da varicela, gripe ou outro tipo de doença de
origem viral. E não deve-se dar aspirina inadvertidamente em qualquer doença
para crianças com menos de 12 anos de idade.
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Direção e Editoria
IRENE SERRA
irene@revistariototal.com.br
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