|
Baço
O que é o baço? Órgão sólido, de coloração
arroxeada, consistência mole e elástica; localiza-se na parte superior do
abdome, no lado esquerdo, abaixo das costelas; mede aproximadamente 12 cm de
comprimento, 8 cm de largura e 5 cm de espessura.
Localização
topográfica do baço O baço está localizado na porção superior
esquerda do abdome, atrás das costelas inferiores. Durante a vida embrionária o
baço fabrica células sanguíneas. Na vida pós-natal, ele se encarrega da
destruição dos glóbulos vermelhos envelhecidos.
Qual a função do
baço? Órgão linfo-sanguíneo, relaciona-se com o metabolismo do ferro
e com a reserva, fabricação e destruição de células sanguíneas. Durante o
desenvolvimento do embrião, o baço fabrica glóbulos brancos e vermelhos; depois
do nascimento, essa função passa a ser exercida pela medula óssea. O baço
continua a produzir certos tipos de glóbulos brancos de sangue e a destruir os
glóbulos vermelhos velhos, bactérias, e quaisquer partículas inertes que sejam
conduzidas até ele pela corrente sangüínea. Além disso, reserva grande
quantidade de sangue, que descarrega na corrente sangüínea, quando há esforço
maior ou estafa.
Quais os distúrbios e doenças mais comuns do
baço a) Anemia hemolítica congênita (icterícia hemolítica): doença
caracterizada por um baço aumentado, anemia e icterícia discreta. Acredita-se
que resulte de um defeito na estrutura dos glóbulos vermelhos do sangue que os
torna particularmente frágeis. A anemia hemolítica é familial e aparece durante
a infância; b) púrpura trombocitopênica: doença comum, ocorre em adultos
jovens. É diagnosticada pelo aparecimento de áreas hemorrágicas semelhantes a
equimoses, na pele, além de sangramento do nariz, da gengiva ou da vagina. Esse
tipo de púrpura é causado por uma deficiência nas plaquetas sanguíneas e pelo
aumento do tempo de coagulação do sangue (as plaquetas são necessárias para a
coagulação normal): c) hiperesplenismo: denominação comum a diversos
distúrbios caracterizados por hiperatividade do baço, que se evidencia pela
excessiva destruição de elementos do sangue. Incluem‑se nessa classificação 6 a
8 patologias diferentes; d) tumores do baço: benignos, malignos ou cistos;
podem ocorrer, mas são muito raros: e) anemia falciforme: doença hereditária
que atinge jovens negros. O diagnóstico é feito pela forma de foice assumida
pelos glóbulos vermelhos em determinadas circunstâncias; f) doença de
Gaucher: doença crônica, familial, acompanhada enorme aumento do baço, ocorre
mais freqüentemente em mulheres jovens; g) a anemia de Cooley ou anemia
mediterrânea: manifesta‑se na infância e caracteriza-se pelo baço aumentado e
intumescido e por glóbulos vermelhos deformados. As radiografias revelam também
anomalias ósseas; h) ruptura de baço: acidente comum, causado por um golpe
forte repentino na região do baço. É acompanhada de choque, sinais de hemorragia
e dor na parte esquerda superior do abdome.
Em que outras
circunstâncias o baço se apresenta aumentado? leucemia; doença de
Hodgkin; malária; cirrose hepática; trombose da veia esplênica; esquistossomose.
Um baço doente ou aumentado causa sintomas? Sim, se o
aumento for muito grande, chegando a comprimir outros órgãos abdominais. Às
vezes o baço pode alcançar o tamanho de uma melancia. Neste caso, há também
sensação de peso no abdome.
Como um baço hiperativo pode
prejudicar o paciente? Provocando destruição excessiva das hemácias,
o que resulta anemia.
Quais os primeiros sinais de doenças do
baço? O primeiro sintoma é sempre anemia. Ao fazer o exame abdome,
para investigar a causa da anemia, o médico pode notar o aumento do baço.
Que informações permitem distinguir entre as várias doenças do baço?
a) o histórico familial, verificando se existem doenças do baço em
outras pessoas da família: b) o aspecto das células do sangue ao exame
microscópico; c) outros exames de sangue, como o de tempo de sangramento e
coagulação, a aparência do coágulo e o teste de fragilidade dos glóbulos
vermelhos; d) a imagem radiográfica, característica em certas doenças do
baço; e) a punção do baço.
Quais os efeitos maléficos que
causam as moléstias do baço, se não forem tratadas? Às vezes a
anemia pode tornar-se tão intensa que o paciente pode sucumbir a uma infecção
secundária, como a pneumonia. Em outros casos, o mecanismo de coagulação é
comprometido e pode ocorrer hemorragia fatal.
Existe algum
tratamento satisfatório para as doenças do baço? Em geral é
necessário remover o baço cirurgicamente.
Um baço aumentado
significa sempre que a cirurgia é necessária? Não. São necessárias
outras informações determinadas por exames de sangue, para tomar essa decisão.
Algumas enfermidades, como a doença de Hodgkin, leucemia, doença de Gaucher e
cirrose do figado raramente são beneficiadas pela remoção do baço.
Em que doenças a remoção do baço é benéfica? púrpura
trombocitopênica; icterícia hemolítica congênita; certos casos de
hiperesplenismo; tumores primários do baço; ruptura do baço.
Que enfermidades podem eventualmente ser beneficiadas pela remoção do baço?
doença de Gaucher; anemia de Cooley; anemia falciforme.
O tamanho do baço é fator importante na indicação da cirurgia? Não.
Alguns dos melhores resultados do tratamento cirúrgico são obtidos em casos nos
quais o baço apresenta um aumento discreto ou nulo.
Quando a
remoção do baço é medida de emergência? No caso de ruptura. A
operação deve ser feita imediatamente, para salvar a vida do indivíduo.
A remoção cirúrgica do baço (esplenectomia) é delicada? Não.
O índice de mortalidade nessa operação é muito baixo, exceto quando feita em
pacientes moribundos ou em estágio terminal de doença.
Quando é
prejudicial remover o baço? Em poucos casos.
A pessoa
cujo baço foi removido pode ter vida normal? Sim, contanto que a
doença que motivou a cirurgia também seja tratada com sucesso.
Outros órgãos passam a exercer a função do baço, depois de sua remoção?
Sim. A medula óssea e certas células, chamadas retículo-endoteliais,
assumem as funções do baço.
As doenças do baço saram
espontaneamente, sem tratamento? Não. Nem existe tratamento clínico
ou medicamentos que curem as doenças do baço.
Que tipo de
anestesia é usado na remoção do baço? Anestesia geral por inalação.
Que cuidados pré-operatórios especiais são necessários?
Em certos casos, transfusões de sangue e administração de vitaminas. Em outros,
para melhorar o estado geral do paciente, pode ser necessário ministrar
cortisona ou substâncias similares antes, durante e algum tempo depois da
operação.
Quanto tempo leva uma esplenectomia (remoção do baço)?
De 3/4 de hora até 2 horas, dependendo do tamanho do órgão e de sua
aderência às estruturas adjacentes.
Onde é feita a incisão para
a remoção do baço? Na parte esquerda superior do abdome, com 7 a 12
cm de comprimento.
Quais as medidas pós-operatórias necessárias?
Deve-se fazer exames de sangue frequentes para determinar a evolução do paciente
e auxiliar na indicação dos medicamentos a serem ministrados. Depois da operação
frequentemente ministram-se transfusões de sangue, vitaminas e esteroides, como
a cortisona.
Quanto tempo depois da esplenectomia as tendências
ao sangramento desaparecem, se a operação tiver sucesso? Logo após a
operação ou após alguns dias.
Quanto tempo depois da operação o
paciente pode deixar o leito? Dentro de 1 a 2 dias.
O
baço cresce novamente depois de removido? Não, mas às vezes existem
baços acessórios, que podem crescer e aumentar se não tiverem sido removidos na
operação. Por isso, quando se faz uma esplenectomia, é essencial determinar a
presença de baços acessórios.
Que são baços acessórios?
Pequenas estruturas do tamanho aproximado de uma moeda, idênticas ao
baço, localizadas próximas a ele. Existem em pequena porcentagem em pessoas
normais.
A remoção do baço deixa sequelas? Não. O
paciente geralmente pode levar vida normal ou, no mínimo, volta a seu estado
pré-operatório.
Há algum risco em engravidar após a remoção do
baço? Não, a menos que ele tenha sido removido para o tratamento de
certas doenças como a leucemia ou tumores malignos.
O paciente
deve fazer exames médicos periódicos depois da remoção do baço? Sim.
É especialmente importante fazer um exame de sangue 3 ou 4 semanas após a
cirurgia, para verificar se a coagulação voltou ao normal, se a anemia diminuiu
e se recomeçaram a produção normal de sangue e a destruição de células velhas.
Também devem ser feitos exames da medula óssea, para obter maiores informações
sobre a produção de células sangüíneas.
O que é punção esplênica?
Procedimento diagnóstico feito para obter informações específicas sobre
doenças do baço.
Como se faz a punção esplênica? Sob
anestesia geral, introduz-se diretamente no baço uma longa agulha, através do
lado esquerdo inferior do tórax. A agulha é adaptada a uma seringa e o êmbolo é
puxado, aspirando algumas células esplênicas, que são levadas a um laboratório
de patologia para exame microscópico.
A punção esplênica é
perigosa? Não, quando é feita por pessoa que conhece bem a técnica.
Qual o valor diagnóstico de uma punção esplênica? Em
casos de doenças do baço nos quais os exames de sangue e medula óssea não
forneçam um diagnóstico exato, pode-se obter uma conclusão final com o exame do
próprio tecido esplênico.
Fonte: Enciclopédia Médica Ilustrada/Editora Abril Cultural
Pesquisa de Janete Rodrigues
___________________
Direção e Editoria
IRENE SERRA
irene@revistariototal.com.br
|