Elza Soares (1930-2022)
Cândido Luiz de Lima Fernandes
A cantora Elza
Soares morreu aos 91 anos no dia 20 de janeiro, no Rio de Janeiro. "É com muita
tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza
Soares, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas
naturais", diz o comunicado enviado pela assessoria da cantora.
Elza
Soares é o nome artístico de Elza Gomes da Conceição (Rio de Janeiro, 23 de
junho de 1930 – Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2022). Foi uma cantora,
compositora musical e puxadora de samba-enredo brasileira, que flertou com
vários gêneros musicais como samba, jazz, samba-jazz, sambalanço, bossa nova,
mpb, soul, rock e música eletrônica.
Ao longo de pouco mais de 60 anos de
carreira, ela teve inúmeras músicas no topo das listas de sucesso no Brasil.
Alguns dos maiores sucessos incluem: "Se Acaso Você Chegasse" (1960), "Boato"
(1961), "Cadeira Vazia" (1961), "Só Danço Samba" (1963), "Mulata Assanhada"
(1965) e "Aquarela Brasileira" (1974).
Em 1999, foi eleita pela Rádio BBC
de Londres como a cantora brasileira do milênio. A escolha teve origem no
projeto The Millennium Concerts, da rádio inglesa, criado para comemorar a
chegada do ano 2000. Além disso, a cantora aparece na 16ª posição da lista das
100 maiores vozes da música brasileira elaborada pela revista Rolling Stones.
Nasceu em uma família muito humilde, composta por dez irmãos, na favela da
Moça Bonita, atualmente Vila Vintém, no bairro de Padre Miguel, e ainda pequena
mudou-se para um cortiço no bairro da Água Santa, onde foi criada.
Em sua
infância, vivia a brincar na rua, soltar pipa, piões de madeira, até brigar com
os meninos. Era uma vida pobre, porém feliz para uma criança, apesar de ter que
ajudar a mãe nos serviços domésticos, levando latas d'água na cabeça.
Cultivando o sonho de cantar desde a infância, já compunha desde essa época suas
primeiras canções. Aos 21 anos, havia acabado de ficar viúva, e estava com
quatro filhos para criar, tendo já perdido dois filhos recém-nascidos para a
desnutrição alguns anos antes, e uma filha havia sido sequestrada havia um ano.
Nesta época, estava trabalhando como faxineira para sustentá-los, e ainda
precisava comprar remédios para o seu filho de dois anos, que estava com
pneumonia. Temendo a morte de mais um filho, sozinha e sem expectativa de uma
vida melhor, vislumbrando seu sonho artístico cada vez mais longe e inacessível,
resolveu lutar por seu filho e não desistir.
Elza, confiante em seu
talento para cantar, devido aos elogios que recebia de parentes e amigos, se
inscreveu no concurso musical do programa radiofônico Calouros em Desfile, em
meados de 1953, que era apresentado pelo compositor Ary Barroso. Para a
apresentação, usou um vestido da mãe, aproximadamente vinte quilos mais gorda,
ajustado com vários alfinetes de fralda, fazendo um penteado de maria-chiquinha
no cabelo. Quando Elza subiu ao palco, foi recebida pelo auditório e por Ary
Barroso, com gargalhadas. Ary tentou ridicularizar Elza perguntando-lhe: "De que
planeta você veio, minha filha?" E Elza rebateu: "Do mesmo planeta que o senhor,
Seu Ary. Do planeta fome." Depois, Elza cantou "Lama", de Paulo Marques e Aylce
Chaves, e ganhou a nota máxima do programa. Ary, então, anunciou que, naquele
exato momento, acabava de nascer uma estrela. Então, se inscreveu no concurso de
música do programa de Ary Barroso, na Rádio Tupi, e fez sua primeira
apresentação ao vivo no auditório da emissora, a maior na época. A princípio não
foi levada a sério, por conta de seu jeito bem humilde de falar e se vestir.
Apesar deste momento de chacota por parte do apresentador, Elza não se
abalou e, ao cantar, mostrou todo seu potencial. Ganhou um pouco de dinheiro
pela participação, e o utilizou para comprar os remédios do filho, que ficou
bem. Sua participação bem-sucedida no programa de Ary Barroso não se traduziu em
oportunidades de trabalho, inicialmente. Até que um dia seu irmão Ino a desafiou
a fazer um teste para a orquestra de seu professor. Com uma interpretação de
"Lamento", conquistou uma vaga no conjunto. Elza passou a acompanhar o grupo em
apresentações em festas, bailes, casamentos e eventos sociais em geral. Nem
sempre ela se apresentava, contudo, pois alguns clubes não admitiam uma cantora
negra no palco.
Em 1960 conseguiu realizar seu sonho de trabalhar
somente com a música, quando surgiu um concurso na rádio, tendo que cantar as
músicas escolhidas por eles e, como foi a vencedora, ganhou uma oportunidade de
trabalho, assinando um contrato e cantando semanalmente. Com o tempo, acabou
sendo convidada para aparecer na TV, e nesse mesmo ano fez sua primeira turnê
internacional, e percorreu os países da América do Sul, América do Norte e
Europa. Sua primeira turnê internacional foi na Argentina, para onde ela foi em
setembro de 1958. Contudo, ela recebeu um calote do empresário que a contratou e
ficou sem dinheiro para voltar, tendo de se apresentar por conta própria em
boates até levantar fundos suficientes para viajar ao Rio, um processo que levou
um ano. Nesse meio tempo, seu pai morreu sem que ela pudesse estar perto dele.
Por meio de Aldacir Louro, conseguiu sua primeira oportunidade de gravar um
disco, pela RCA Victor. Contudo, foi novamente barrada pelo racismo quando os
executivos da gravadora se decepcionaram ao descobrirem que ela era negra.
Aldacir não desistiu e, com a ajuda de Moreira da Silva, gravou um compacto com
"Brotinho de Copacabana" e "Pra Que É Que Pobre Quer Dinheiro?" pelo selo
independente Rony, que não fez muito sucesso.
Pouco depois, a cantora
Sylvinha Telles apresentou Elza a seu marido, Aloysio de Oliveira, produtor da
Odeon, que a convidou para um teste, a partir do qual ela foi contratada para o
seu primeiro registro de uma grande gravadora: "Se Acaso Você Chegasse", que
teve grande visibilidade nas rádios. Quando começou a cantar na Rádio Tupi, foi
vítima de racismo mais uma vez quando alguém jogou uma lâmina de barbear dentro
de seu vestido sem que ela percebesse, o que lhe causou um corte que a fez
sangrar muito. Tornou-se mundialmente conhecida por seu tom suavemente grave e
levemente rouco da voz, o que a fez conquistar muitos prêmios ao longo da
carreira. Suas músicas falam bastante sobre romance, preconceito racial e
feminismo. As palavras principais da frase, Planeta Fome, viraram o título de
seu 34º álbum. As roupas alfinetadas que Elza usou em 1953, foram inspiração
para o figurino da turnê do álbum.
No fim da década de 1950, Elza Soares
fez uma turnê de um ano pela Argentina, juntamente com Mercedes Batista.
Tornou-se popular com sua primeira música "Se Acaso Você Chegasse", na qual
introduziu o scat similar ao do jazzista Louis Armstrong, contudo, Elza diz que
não conhecia a música americana feita à época. Mudou-se para São Paulo, onde se
apresentou em teatros e casas noturnas. A voz rouca e vibrante tornou-se sua
marca registrada. Após terminar seu segundo LP, A Bossa Negra, Elza foi ao Chile
representando o Brasil na Copa do Mundo da FIFA de 1962, onde conheceu
pessoalmente Louis Armstrong.
No início dos anos 1960, por conta da
campanha negativa que a imprensa fazia contra ela como reação ao seu
envolvimento com Garrincha, os convites para shows foram ficando cada vez mais
raros. Elza participou do Festival de Música Popular Brasileira 1966 e ficou em
segundo lugar com "De Amor ou Paz", atrás de "A Banda" (escrita por Chico
Buarque e interpretada por ele mesmo e Nara Leão) e "Disparada" (escrita por
Geraldo Vandré e Téo de Barros e interpretada por Jair Rodrigues).
Na
edição de 1968, Elza participou novamente e ganhou o prêmio de melhor intérprete
feminina com "Sei Lá, Mangueira". Na mesma década, Elza chegou a ter um programa
na RecordTV, Dia D... Elza, em que ela trabalhava junto a Germano Mathias, mas o
projeto foi descontinuado após o terceiro grande incêndio que a emissora sofreu
nos anos 1960.
Em 1968, Elza foi aos Estados Unidos e ao México, onde
realizou vários shows bem-sucedidos, o que a fez considerar uma mudança para a
os EUA para aproveitar o sucesso e fugir da perseguição da imprensa no Brasil.
Contudo, a gravadora Odeon vetou sua ideia, lembrando que seu contrato ainda
previa outros discos com eles. Em 1969, Elza e a família se mudam para a Itália,
onde ela faria alguns shows. A princípio, seriam algumas semanas, mas as semanas
viraram meses. Elza gravou em italiano para a RCA Victor local e chegou a
substituir Ella Fitzgerald em uma turnê que ela planejara pela Europa. Em 1971,
um convite para um show no Brasil serviu de estímulo para a família voltar ao
Brasil. De volta ao Brasil, descobriu que sua gravadora Odeon havia cedido
todo o seu repertório à nova promessa deles, sua amiga Clara Nunes. Mesmo assim,
Elza tentou emplacar um novo projeto: um disco em parceria com Roberto Ribeiro.
A gravadora relutou por ele ser desconhecido e por ele ser um cantor de escola
de samba desacostumado ao estúdio, e quando aceitou gravá-lo, passou a recusar
registrá-lo na capa. A desculpa era que ele era feio, mas Elza suspeitava de
discriminação racial, o que se confirmou quando, segundo ela, um diretor disse:
"Não quero esse nego feio e sujo na capa!". Elza disse que ou o disco saía ou
eles a perderiam, e o projeto foi concretizado, fazendo grande sucesso e
rendendo a Roberto pelo menos mais um disco pela Odeon, este com Simone. Elza
também se preocupava em reabilitar Garrincha, que se afundava cada vez mas no
álcool. Comprou com ele um espaço chamado Bigode, rebatizaram como La Boca e
passaram a oferecer refeições e shows no local. Também nos anos 1970, a relação
com a Odeon se deteriorou e Elza foi para a então recém-inaugurada Tapecar. Na
mesma década, Elza iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e Europa.
Na
década seguinte, apesar de algumas apresentações (incluindo uma participação no
Projeto Pixinguinha), Elza teve um período de depressão e desleixo da gravadora,
o que a fez cogitar encerrar a carreira, antes de se revitalizar com a ajuda de
Caetano Veloso, que a convidou para gravar com ele "Língua" em seu álbum de
1984, Velô. Em 1986, poucos dias após a morte do filho Garrinchinha, Elza
surpreendeu Lobão e apareceu no estúdio onde ela gravaria, a convite dele, uma
participação em "A Voz da Razão", do então futuro disco do cantor, O Rock Errou.
Elza flertou com o rock em outros momentos também, como na parceria "Milagres",
com Cazuza, e um projeto abortado com Branco Mello, dos Titãs. Em 1989, Elza
recebeu um convite para se apresentar nos Estados Unidos, para onde foi em
novembro. Ficou lá por mais de um ano, pulando de show em show, sem um caminho
definido.
Retornou ao Brasil em agosto de 1991 para algumas
apresentações ao longo de algumas semanas, voltou aos Estados Unidos e enfrentou
outra crise. Envolveu-se com uma seita religiosa, casou-se com um homem do qual
nem se lembra mais, só para conseguir um green card e afirmou ter levado um golpe
de empresários que tiraram dinheiro de bancos interessados em investir na
carreira de Elza e depois sumiram com o montante — depoimentos de brasileiros a
jornais na época acusam Elza de ser a golpista, acusação da qual ela se defendeu
em sua biografia de 2018 escrita por Zeca Camargo. Em 1997, Elza lançou
Trajetória, seu primeiro disco de estúdio desde Voltei, de 1988. O álbum trazia
uma parceria com Zeca Pagodinho e uma versão de "O Meu Guri", de Chico
Buarque. Em 1999, lançou pela gravadora Luna Carioca da Gema – Elza ao Vivo, que
conteria uma versão de "Sá Marina" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). Contudo, a
Universal iria lançar a estreia solo de Ivete Sangalo na mesma época e com a
mesma faixa, o que levou a gravadora de Ivete a pedir o embargo do disco de
Elza, que já estava com 5 mil cópias prensadas. A certa altura, Ivete convenceu
a Universal a liberar a faixa, mas o disco não fez sucesso.
Em 2000, foi
premiada como "Melhor Cantora do Milênio" pela BBC em Londres, quando se
apresentou num concerto com Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano
Veloso e Virgínia Rodrigues. No mesmo ano, estreou uma série de shows de
vanguarda, dirigidos por José Miguel Wisnik, no Rio de Janeiro. Em Londres,
apresentou-se no Royal Albert Hall, mesmo tendo sofrido uma forte queda alguns
dias antes, o que lhe rendeu uma semana no hospital e a atenção de enfermeiras
em sua casa para se recuperar.
Em 2002, o álbum Do Cóccix até o Pescoço
garantiu-lhe uma indicação ao Grammy. O disco foi bem recebido pelos críticos
musicais e divulgou uma espécie de quem é quem dos artistas brasileiros que com
ela colaboraram: Caetano Veloso, Chico Buarque, Carlinhos Brown e Jorge Ben Jor,
entre outros. O lançamento impulsionou numerosas e bem-sucedidas turnês pelo
mundo. Em 2003, Elza lançou o álbum Vivo Feliz. Não tão bem-sucedido em vendas
quanto suas obras anteriores, o álbum continuou a executar o tema de fazer um
mix de samba e bossa com música eletrônica e efeitos modernos. O álbum teve
colaborações de artistas, como Fred Zero Quatro e Zé Keti. Nos Jogos
Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro, Elza interpretou o Hino Nacional
Brasileiro, no início da cerimônia de abertura do evento, no Maracanã e lançou o
álbum Beba-me, no qual gravou as músicas que marcaram sua carreira.
A
partir de 2008, a vida e obra da cantora começou a ser pesquisada pela cineasta
e jornalista Elizabete Martins Campos, que roteirizou, dirigiu e produziu o
longa-metragem My Name is Now, Elza Soares. Realizado pela IT Filmes, o filme já
rodou 18 festivais, sendo destaque no “Festival do Rio – Rio Internacional Film
Festival”, com quatro indicações: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro e
Melhor Fotografia; foi selecionado para a OFFICIAL COMPETITION do “Festival
Internacional de Cine Guadalajara”, no México, maior festival da América Latina;
recebeu os prêmios de Melhor Filme – Júri Oficial; Melhor Filme Júri Popular;
Melhor Trilha Sonora, no Cine Jardim, em Pernambuco e de Melhor Roteiro no FEST
CINE/CE. Mesmo antes de ser lançado, “My Name is Now” foi noticiado nos
principais jornais impressos, rádios, TVs e portais do País. Indicado ao PRÊMIO
NETFLIX em 2016, o documentário conquistou ainda mais visibilidade. Em 2009,
começou a preparar um disco de nome Arrepios, que sofreu alguns adiamentos e
acabou nunca lançado. Elza também atuou como puxadora de samba-enredo, tendo
realizado passagens pelo Salgueiro e Mocidade e Cubango.
Em 2010,
gravou a faixa Brasil, no disco tributo a Cazuza Treze parcerias com Cazuza,
produzido pelo saxofonista George Israel, da banda Kid Abelha. Nessa faixa, há a
participação do saxofonista e do rapper Marcelo D2. Como grande amiga do
artista, já havia gravado a faixa Milagres antes, inclusive apresentando-a ao
vivo com o próprio Cazuza. Também naquele ano, pela primeira vez a artista
comandou e puxou um trio elétrico no circuito Dodô (Barra-Ondina). O trio levou
o nome de A Elza Pede Passagem, arrastando uma grande multidão pelas ruas de
Salvador no carnaval daquele ano. Ainda em 2010, Elza Soares causa comoção em
seus fãs ao tirar a roupa para um ensaio sensual com o fotógrafo Yuri Graneiro.
Em 2011, gravou a canção "Perigosa", já cantada pelo grupo As Frenéticas, para a
minissérie Lara com Z, da Globo. Também neste ano, gravou a música "Paciência", de
Lenine, para o filme Estamos Juntos. Em 2012, fez uma participação na música
"Samba de preto" da banda paulista Huaska, faixa título do terceiro CD.
Em
2014, estreia o show A Voz e a Máquina, baseado em música eletrônica acompanhada
na palco apenas pelos DJs Ricardo Muralha, Bruno Queiroz e Guilherme Marques.
Nesse mesmo ano, a cantora fez uma série de espetáculos intitulada Elza Canta e
Chora Lupicínio Rodrigues, em comemoração ao centenário do cantor e compositor
gaúcho de marchinhas e de samba.
No ano de 2015, Elza Soares lançou o
seu disco A Mulher do Fim do Mundo, primeiro álbum em sua carreira só com
músicas inéditas. O Pitchfork, um dos sites de música mais importantes do mundo,
o elegeu como melhor novo álbum. No artigo, o site diz que Elza "desenvolveu uma
das vozes mais distintas da MPB". As canções do disco falam sobre sexo, morte e
negritude, e foram compostas pelos paulistas José Miguel Wisnik, Rômulo Fróes e
Celso Sim. Nos shows, a cantora vem acompanhada dos músicos Kiko Dinucci,
Marcelo Caal, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Felipe Roseno e Guilherme Kastrup,
além da participação especial da banda Bixiga 70, do Quadril – Quarteto de
Cordas e do cantor Rubi. O álbum surgiu do encontro da cantora com a estética
musical contemporânea de São Paulo.
Em 2017, a turnê do álbum a levou a
um show no Central Park em Nova Iorque, elogiado pela crítica local, incluindo o
músico David Byrne. Em 2018, Elza lançou o álbum Deus É Mulher. No ano seguinte,
veio Planeta Fome, eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do segundo
semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Para este disco,
ela planejara uma regravação de "Comida", dos Titãs, com os então membros atuais
da banda (Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto), mas acabou optando por
deixar a faixa para um outro momento e o trabalho foi lançado em outubro de 2020
para marcar o aniversário de um ano do disco e celebrar a indicação do mesmo ao
Grammy Latino. Em dezembro de 2021, tornou-se imortal da Academia Brasileira
de Cultura, instituição instalada naquela oportunidade. Entre as diversas
homenagens que recebeu, foi enredo da Unidos do Cabuçu, no grupo de acesso do
carnaval carioca, no carnaval de 2012. No carnaval de 2013, recebeu homenagem do
Bola Preta de Sobradinho, tradicional agremiação do Distrito Federal, com o
enredo: Elza Soares - Planeta Fome, nasce uma Estrela!. Em 2019, recebeu o
título de doutora Honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em 2020, foi enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel
cujo enredo foi Elza Deusa Soares.(a agremiação do coração de Elza terminou na
terceira colocação).
Ícone da música brasileira, considerada uma das
maiores artistas do mundo, sua intensa carreira vem demonstrar que a cantora
eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, que emocionou o mundo com
sua força e sua determinação.
A amada e eterna Elza descansou, mas estará
para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares de fãs por
todo mundo. Seguindo sua vontade, Elza Soares cantou até o fim.
Cândido Luiz de Lima Fernandes é economista e professor universitário em
Belo Horizonte; email:
candidofernandes@hotmail.com
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Direção e Editoria
Irene Serra |