01/02/2022
Ano 25

Semana 1.262





 
ARQUIVO

 MÚSICA

 

 

 




Elza Soares (1930-2022)



Cândido Luiz de Lima Fernandes


A cantora Elza Soares morreu aos 91 anos no dia 20 de janeiro, no Rio de Janeiro. "É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais", diz o comunicado enviado pela assessoria da cantora.

Elza Soares é o nome artístico de Elza Gomes da Conceição (Rio de Janeiro, 23 de junho de 1930 – Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2022). Foi uma cantora, compositora musical e puxadora de samba-enredo brasileira, que flertou com vários gêneros musicais como samba, jazz, samba-jazz, sambalanço, bossa nova, mpb, soul, rock e música eletrônica.

Ao longo de pouco mais de 60 anos de carreira, ela teve inúmeras músicas no topo das listas de sucesso no Brasil. Alguns dos maiores sucessos incluem: "Se Acaso Você Chegasse" (1960), "Boato" (1961), "Cadeira Vazia" (1961), "Só Danço Samba" (1963), "Mulata Assanhada" (1965) e "Aquarela Brasileira" (1974).

Em 1999, foi eleita pela Rádio BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio. A escolha teve origem no projeto The Millennium Concerts, da rádio inglesa, criado para comemorar a chegada do ano 2000. Além disso, a cantora aparece na 16ª posição da lista das 100 maiores vozes da música brasileira elaborada pela revista Rolling Stones.

Nasceu em uma família muito humilde, composta por dez irmãos, na favela da Moça Bonita, atualmente Vila Vintém, no bairro de Padre Miguel, e ainda pequena mudou-se para um cortiço no bairro da Água Santa, onde foi criada.

Em sua infância, vivia a brincar na rua, soltar pipa, piões de madeira, até brigar com os meninos. Era uma vida pobre, porém feliz para uma criança, apesar de ter que ajudar a mãe nos serviços domésticos, levando latas d'água na cabeça.

Cultivando o sonho de cantar desde a infância, já compunha desde essa época suas primeiras canções. Aos 21 anos, havia acabado de ficar viúva, e estava com quatro filhos para criar, tendo já perdido dois filhos recém-nascidos para a desnutrição alguns anos antes, e uma filha havia sido sequestrada havia um ano. Nesta época, estava trabalhando como faxineira para sustentá-los, e ainda precisava comprar remédios para o seu filho de dois anos, que estava com pneumonia. Temendo a morte de mais um filho, sozinha e sem expectativa de uma vida melhor, vislumbrando seu sonho artístico cada vez mais longe e inacessível, resolveu lutar por seu filho e não desistir.

Elza, confiante em seu talento para cantar, devido aos elogios que recebia de parentes e amigos, se inscreveu no concurso musical do programa radiofônico Calouros em Desfile, em meados de 1953, que era apresentado pelo compositor Ary Barroso. Para a apresentação, usou um vestido da mãe, aproximadamente vinte quilos mais gorda, ajustado com vários alfinetes de fralda, fazendo um penteado de maria-chiquinha no cabelo. Quando Elza subiu ao palco, foi recebida pelo auditório e por Ary Barroso, com gargalhadas. Ary tentou ridicularizar Elza perguntando-lhe: "De que planeta você veio, minha filha?" E Elza rebateu: "Do mesmo planeta que o senhor, Seu Ary. Do planeta fome." Depois, Elza cantou "Lama", de Paulo Marques e Aylce Chaves, e ganhou a nota máxima do programa. Ary, então, anunciou que, naquele exato momento, acabava de nascer uma estrela. Então, se inscreveu no concurso de música do programa de Ary Barroso, na Rádio Tupi, e fez sua primeira apresentação ao vivo no auditório da emissora, a maior na época. A princípio não foi levada a sério, por conta de seu jeito bem humilde de falar e se vestir.

Apesar deste momento de chacota por parte do apresentador, Elza não se abalou e, ao cantar, mostrou todo seu potencial. Ganhou um pouco de dinheiro pela participação, e o utilizou para comprar os remédios do filho, que ficou bem. Sua participação bem-sucedida no programa de Ary Barroso não se traduziu em oportunidades de trabalho, inicialmente. Até que um dia seu irmão Ino a desafiou a fazer um teste para a orquestra de seu professor. Com uma interpretação de "Lamento", conquistou uma vaga no conjunto. Elza passou a acompanhar o grupo em apresentações em festas, bailes, casamentos e eventos sociais em geral. Nem sempre ela se apresentava, contudo, pois alguns clubes não admitiam uma cantora negra no palco.

Em 1960 conseguiu realizar seu sonho de trabalhar somente com a música, quando surgiu um concurso na rádio, tendo que cantar as músicas escolhidas por eles e, como foi a vencedora, ganhou uma oportunidade de trabalho, assinando um contrato e cantando semanalmente. Com o tempo, acabou sendo convidada para aparecer na TV, e nesse mesmo ano fez sua primeira turnê internacional, e percorreu os países da América do Sul, América do Norte e Europa. Sua primeira turnê internacional foi na Argentina, para onde ela foi em setembro de 1958. Contudo, ela recebeu um calote do empresário que a contratou e ficou sem dinheiro para voltar, tendo de se apresentar por conta própria em boates até levantar fundos suficientes para viajar ao Rio, um processo que levou um ano. Nesse meio tempo, seu pai morreu sem que ela pudesse estar perto dele. Por meio de Aldacir Louro, conseguiu sua primeira oportunidade de gravar um disco, pela RCA Victor. Contudo, foi novamente barrada pelo racismo quando os executivos da gravadora se decepcionaram ao descobrirem que ela era negra. Aldacir não desistiu e, com a ajuda de Moreira da Silva, gravou um compacto com "Brotinho de Copacabana" e "Pra Que É Que Pobre Quer Dinheiro?" pelo selo independente Rony, que não fez muito sucesso.

Pouco depois, a cantora Sylvinha Telles apresentou Elza a seu marido, Aloysio de Oliveira, produtor da Odeon, que a convidou para um teste, a partir do qual ela foi contratada para o seu primeiro registro de uma grande gravadora: "Se Acaso Você Chegasse", que teve grande visibilidade nas rádios. Quando começou a cantar na Rádio Tupi, foi vítima de racismo mais uma vez quando alguém jogou uma lâmina de barbear dentro de seu vestido sem que ela percebesse, o que lhe causou um corte que a fez sangrar muito. Tornou-se mundialmente conhecida por seu tom suavemente grave e levemente rouco da voz, o que a fez conquistar muitos prêmios ao longo da carreira. Suas músicas falam bastante sobre romance, preconceito racial e feminismo. As palavras principais da frase, Planeta Fome, viraram o título de seu 34º álbum. As roupas alfinetadas que Elza usou em 1953, foram inspiração para o figurino da turnê do álbum.

No fim da década de 1950, Elza Soares fez uma turnê de um ano pela Argentina, juntamente com Mercedes Batista. Tornou-se popular com sua primeira música "Se Acaso Você Chegasse", na qual introduziu o scat similar ao do jazzista Louis Armstrong, contudo, Elza diz que não conhecia a música americana feita à época. Mudou-se para São Paulo, onde se apresentou em teatros e casas noturnas. A voz rouca e vibrante tornou-se sua marca registrada. Após terminar seu segundo LP, A Bossa Negra, Elza foi ao Chile representando o Brasil na Copa do Mundo da FIFA de 1962, onde conheceu pessoalmente Louis Armstrong.

No início dos anos 1960, por conta da campanha negativa que a imprensa fazia contra ela como reação ao seu envolvimento com Garrincha, os convites para shows foram ficando cada vez mais raros. Elza participou do Festival de Música Popular Brasileira 1966 e ficou em segundo lugar com "De Amor ou Paz", atrás de "A Banda" (escrita por Chico Buarque e interpretada por ele mesmo e Nara Leão) e "Disparada" (escrita por Geraldo Vandré e Téo de Barros e interpretada por Jair Rodrigues).

Na edição de 1968, Elza participou novamente e ganhou o prêmio de melhor intérprete feminina com "Sei Lá, Mangueira". Na mesma década, Elza chegou a ter um programa na RecordTV, Dia D... Elza, em que ela trabalhava junto a Germano Mathias, mas o projeto foi descontinuado após o terceiro grande incêndio que a emissora sofreu nos anos 1960.

Em 1968, Elza foi aos Estados Unidos e ao México, onde realizou vários shows bem-sucedidos, o que a fez considerar uma mudança para a os EUA para aproveitar o sucesso e fugir da perseguição da imprensa no Brasil. Contudo, a gravadora Odeon vetou sua ideia, lembrando que seu contrato ainda previa outros discos com eles. Em 1969, Elza e a família se mudam para a Itália, onde ela faria alguns shows. A princípio, seriam algumas semanas, mas as semanas viraram meses. Elza gravou em italiano para a RCA Victor local e chegou a substituir Ella Fitzgerald em uma turnê que ela planejara pela Europa. Em 1971, um convite para um show no Brasil serviu de estímulo para a família voltar ao Brasil.

De volta ao Brasil, descobriu que sua gravadora Odeon havia cedido todo o seu repertório à nova promessa deles, sua amiga Clara Nunes. Mesmo assim, Elza tentou emplacar um novo projeto: um disco em parceria com Roberto Ribeiro. A gravadora relutou por ele ser desconhecido e por ele ser um cantor de escola de samba desacostumado ao estúdio, e quando aceitou gravá-lo, passou a recusar registrá-lo na capa. A desculpa era que ele era feio, mas Elza suspeitava de discriminação racial, o que se confirmou quando, segundo ela, um diretor disse: "Não quero esse nego feio e sujo na capa!". Elza disse que ou o disco saía ou eles a perderiam, e o projeto foi concretizado, fazendo grande sucesso e rendendo a Roberto pelo menos mais um disco pela Odeon, este com Simone. Elza também se preocupava em reabilitar Garrincha, que se afundava cada vez mas no álcool. Comprou com ele um espaço chamado Bigode, rebatizaram como La Boca e passaram a oferecer refeições e shows no local. Também nos anos 1970, a relação com a Odeon se deteriorou e Elza foi para a então recém-inaugurada Tapecar. Na mesma década, Elza iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e Europa.

Na década seguinte, apesar de algumas apresentações (incluindo uma participação no Projeto Pixinguinha), Elza teve um período de depressão e desleixo da gravadora, o que a fez cogitar encerrar a carreira, antes de se revitalizar com a ajuda de Caetano Veloso, que a convidou para gravar com ele "Língua" em seu álbum de 1984, Velô. Em 1986, poucos dias após a morte do filho Garrinchinha, Elza surpreendeu Lobão e apareceu no estúdio onde ela gravaria, a convite dele, uma participação em "A Voz da Razão", do então futuro disco do cantor, O Rock Errou. Elza flertou com o rock em outros momentos também, como na parceria "Milagres", com Cazuza, e um projeto abortado com Branco Mello, dos Titãs. Em 1989, Elza recebeu um convite para se apresentar nos Estados Unidos, para onde foi em novembro. Ficou lá por mais de um ano, pulando de show em show, sem um caminho definido.

Retornou ao Brasil em agosto de 1991 para algumas apresentações ao longo de algumas semanas, voltou aos Estados Unidos e enfrentou outra crise. Envolveu-se com uma seita religiosa, casou-se com um homem do qual nem se lembra mais, só para conseguir um green card e afirmou ter levado um golpe de empresários que tiraram dinheiro de bancos interessados em investir na carreira de Elza e depois sumiram com o montante — depoimentos de brasileiros a jornais na época acusam Elza de ser a golpista, acusação da qual ela se defendeu em sua biografia de 2018 escrita por Zeca Camargo. Em 1997, Elza lançou Trajetória, seu primeiro disco de estúdio desde Voltei, de 1988. O álbum trazia uma parceria com Zeca Pagodinho e uma versão de "O Meu Guri", de Chico Buarque. Em 1999, lançou pela gravadora Luna Carioca da Gema – Elza ao Vivo, que conteria uma versão de "Sá Marina" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). Contudo, a Universal iria lançar a estreia solo de Ivete Sangalo na mesma época e com a mesma faixa, o que levou a gravadora de Ivete a pedir o embargo do disco de Elza, que já estava com 5 mil cópias prensadas. A certa altura, Ivete convenceu a Universal a liberar a faixa, mas o disco não fez sucesso.

Em 2000, foi premiada como "Melhor Cantora do Milênio" pela BBC em Londres, quando se apresentou num concerto com Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Virgínia Rodrigues. No mesmo ano, estreou uma série de shows de vanguarda, dirigidos por José Miguel Wisnik, no Rio de Janeiro. Em Londres, apresentou-se no Royal Albert Hall, mesmo tendo sofrido uma forte queda alguns dias antes, o que lhe rendeu uma semana no hospital e a atenção de enfermeiras em sua casa para se recuperar.

Em 2002, o álbum Do Cóccix até o Pescoço garantiu-lhe uma indicação ao Grammy. O disco foi bem recebido pelos críticos musicais e divulgou uma espécie de quem é quem dos artistas brasileiros que com ela colaboraram: Caetano Veloso, Chico Buarque, Carlinhos Brown e Jorge Ben Jor, entre outros. O lançamento impulsionou numerosas e bem-sucedidas turnês pelo mundo. Em 2003, Elza lançou o álbum Vivo Feliz. Não tão bem-sucedido em vendas quanto suas obras anteriores, o álbum continuou a executar o tema de fazer um mix de samba e bossa com música eletrônica e efeitos modernos. O álbum teve colaborações de artistas, como Fred Zero Quatro e Zé Keti. Nos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro, Elza interpretou o Hino Nacional Brasileiro, no início da cerimônia de abertura do evento, no Maracanã e lançou o álbum Beba-me, no qual gravou as músicas que marcaram sua carreira.

A partir de 2008, a vida e obra da cantora começou a ser pesquisada pela cineasta e jornalista Elizabete Martins Campos, que roteirizou, dirigiu e produziu o longa-metragem My Name is Now, Elza Soares. Realizado pela IT Filmes, o filme já rodou 18 festivais, sendo destaque no “Festival do Rio – Rio Internacional Film Festival”, com quatro indicações: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia; foi selecionado para a OFFICIAL COMPETITION do “Festival Internacional de Cine Guadalajara”, no México, maior festival da América Latina; recebeu os prêmios de Melhor Filme – Júri Oficial; Melhor Filme Júri Popular; Melhor Trilha Sonora, no Cine Jardim, em Pernambuco e de Melhor Roteiro no FEST CINE/CE. Mesmo antes de ser lançado, “My Name is Now” foi noticiado nos principais jornais impressos, rádios, TVs e portais do País. Indicado ao PRÊMIO NETFLIX em 2016, o documentário conquistou ainda mais visibilidade. Em 2009, começou a preparar um disco de nome Arrepios, que sofreu alguns adiamentos e acabou nunca lançado. Elza também atuou como puxadora de samba-enredo, tendo realizado passagens pelo Salgueiro e Mocidade e Cubango.

Em 2010, gravou a faixa Brasil, no disco tributo a Cazuza Treze parcerias com Cazuza, produzido pelo saxofonista George Israel, da banda Kid Abelha. Nessa faixa, há a participação do saxofonista e do rapper Marcelo D2. Como grande amiga do artista, já havia gravado a faixa Milagres antes, inclusive apresentando-a ao vivo com o próprio Cazuza. Também naquele ano, pela primeira vez a artista comandou e puxou um trio elétrico no circuito Dodô (Barra-Ondina). O trio levou o nome de A Elza Pede Passagem, arrastando uma grande multidão pelas ruas de Salvador no carnaval daquele ano. Ainda em 2010, Elza Soares causa comoção em seus fãs ao tirar a roupa para um ensaio sensual com o fotógrafo Yuri Graneiro.

Em 2011, gravou a canção "Perigosa", já cantada pelo grupo As Frenéticas, para a minissérie Lara com Z, da Globo. Também neste ano, gravou a música "Paciência", de Lenine, para o filme Estamos Juntos. Em 2012, fez uma participação na música "Samba de preto" da banda paulista Huaska, faixa título do terceiro CD.

Em 2014, estreia o show A Voz e a Máquina, baseado em música eletrônica acompanhada na palco apenas pelos DJs Ricardo Muralha, Bruno Queiroz e Guilherme Marques. Nesse mesmo ano, a cantora fez uma série de espetáculos intitulada Elza Canta e Chora Lupicínio Rodrigues, em comemoração ao centenário do cantor e compositor gaúcho de marchinhas e de samba.

No ano de 2015, Elza Soares lançou o seu disco A Mulher do Fim do Mundo, primeiro álbum em sua carreira só com músicas inéditas. O Pitchfork, um dos sites de música mais importantes do mundo, o elegeu como melhor novo álbum. No artigo, o site diz que Elza "desenvolveu uma das vozes mais distintas da MPB". As canções do disco falam sobre sexo, morte e negritude, e foram compostas pelos paulistas José Miguel Wisnik, Rômulo Fróes e Celso Sim. Nos shows, a cantora vem acompanhada dos músicos Kiko Dinucci, Marcelo Caal, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Felipe Roseno e Guilherme Kastrup, além da participação especial da banda Bixiga 70, do Quadril – Quarteto de Cordas e do cantor Rubi. O álbum surgiu do encontro da cantora com a estética musical contemporânea de São Paulo.

Em 2017, a turnê do álbum a levou a um show no Central Park em Nova Iorque, elogiado pela crítica local, incluindo o músico David Byrne. Em 2018, Elza lançou o álbum Deus É Mulher. No ano seguinte, veio Planeta Fome, eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do segundo semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Para este disco, ela planejara uma regravação de "Comida", dos Titãs, com os então membros atuais da banda (Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto), mas acabou optando por deixar a faixa para um outro momento e o trabalho foi lançado em outubro de 2020 para marcar o aniversário de um ano do disco e celebrar a indicação do mesmo ao Grammy Latino.

Em dezembro de 2021, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Cultura, instituição instalada naquela oportunidade. Entre as diversas homenagens que recebeu, foi enredo da Unidos do Cabuçu, no grupo de acesso do carnaval carioca, no carnaval de 2012. No carnaval de 2013, recebeu homenagem do Bola Preta de Sobradinho, tradicional agremiação do Distrito Federal, com o enredo: Elza Soares - Planeta Fome, nasce uma Estrela!. Em 2019, recebeu o título de doutora Honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 2020, foi enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel cujo enredo foi Elza Deusa Soares.(a agremiação do coração de Elza terminou na terceira colocação).

Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do mundo, sua intensa carreira vem demonstrar que a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, que emocionou o mundo com sua força e sua determinação.

A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares de fãs por todo mundo. Seguindo sua vontade, Elza Soares cantou até o fim.


Cândido Luiz de Lima Fernandes é
economista e professor universitário em Belo Horizonte;
email:
candidofernandes@hotmail.com


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Direção e Editoria
Irene Serra