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O estímulo
Janete, Rosa dos Ventos
Na minha
modesta opinião não existe a tão misteriosa e ocultada frieza... Depende apenas
de descobrir o que estimula você...
Algumas pessoas sentem brotar em si o
desejo sexual através do estímulo pela visão. Muitas vezes, olhar o que outras
pessoas estão fazendo, num filme por exemplo, as deixa excitadas, precisando de
um ou uma parceira, quem sabe até chegam ao êxtase sozinhas, apenas visualizando
atos; outras existem que se estimulam com lembranças e é importante aquele
relacionamento que ficou para trás. Ao lembrar-se daquela pessoa, sente ainda um
forte desejo, existe uma ligação importante nisso, alguma coisa que faziam
juntos que de alguma maneira tocava naquele ponto sensível justo onde começa o
desejo.
Ainda tem outro grupo de pessoas que precisam de estímulos pelo
toque e, depois de algumas carícias, sentem despertar dentro de si o desejo
adormecido.
Quanto falta ainda entre duas pessoas que não sabem
exatamente qual é o ponto que desperta realmente o desejo no parceiro ou
parceira?
Às vezes um casamento esfria na cama porque não existe essa
busca.
É preciso descobrir, inovar, buscar novas fórmulas, descobrir
novos truques e os antigos amantes se reestruturam e novamente conseguem viajar
suavemente pelas delícias do amor.
Na hora do sexo, alguns preferem não
dizer nada, mas acontece que, muitas vezes, a pessoa que está partilhando esse
momento especial sente uma grande necessidade de ouvir palavras até mesmo
picantes, palavras excitantes que tornarão a caminhada mais segura, mais fácil!
As pesquisas mostram que entre os animais existe um hormônio chamado
feromônio, que produz um cheiro característico que acaba levando ao
acasalamento.
Claro, existem homens que bastam olhar a mulher de seus
desejos nua e já estão à beira de uma ereção, isso os excita muito. Muitos
também gostam do toque da pele de sua fêmea e muito mais ainda do seu cheiro sem
igual. Em qualquer dos casos, as preliminares são essenciais para um desempenho
que realize os dois parceiros.
Se depois do casamento as pessoas se
esquecerem de preservar o erotismo, o desejo vai diminuindo, a frequência das
relações vai se espaçando cada vez mais e esse casamento cai numa rotina sem
graça, sem perspectivas e, muitas vezes, um dos cônjuges termina por procurar
alguém que concretize suas fantasias, aquelas que ele não teve coragem de
confessar ao seu parceiro.
Fantasias, todos temos, por que vergonha de
abrir-se e confessar e até mesmo colocar em prática, já que isso seria um grande
estímulo numa relação onde o fundamental é fazer o outro totalmente feliz, com
satisfação plena?
No sexo, nunca culpa, medo, desconfiança, regras.
A regra é doar-se por inteiro e receber tudo que for proposto desde que isso
leve ao cume das sensações aqueles que se amam.
Numa entrevista, certa
vez, soube de um casal que separou-se porque o marido queria experimentar um
relacionamento a três e sua esposa, ainda muito arraigada a certa filosofia
religiosa, preferiu afastar-se, sem ter a necessária coragem para conversar e
colocar entre eles os pontos de limite que dentro de seus preconceitos,
existiam.
Claro que é preciso haver um respeito mútuo e uma conversa
muito aberta, a fim de que um relacionamento não tome conotações diferentes.
Muitas vezes aquela fantasia erótica de um marido pode ser superada com outros
tipos de carícias, outros tipos de fetiches que os dois podem inventar e
continuarem juntos, preservando os limites de cada um.
Colaboração de Janete, Rosa dos Ventos escritora e
poetisa
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Direção e Editoria
Irene Serra
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