16/07/2022
Ano 25
Número 1.280






ARQUIVO
MILTON XIMENES

 

Milton Ximenes Lima

 

AUSENTES VISITANTES
OU UNIVERSOS EM DESENCONTROS

Milton Ximenes Lima - Colunista, CooJornal

 

Já estava meio sossegado quanto aos meus pensamentos interplanetários, mas, recentemente, uma foto estampada n' "O Globo" – um céu totalmente nublado, com três luzes em expansão, vindas detrás, a atravessar as nuvens somente com seus aumentados reflexos luminosos.

Exatamente como aquelas que nos mostravam revistas e jornais antigos, sugerindo uma possível intervenção de aparelhos voadores originários de dimensões extraterrestres. Fiz até duas viagens à cidade mineira de São Tomé das Letras, onde, garantiam, muitos deles eram avistados. Aproveitei-me dos exercícios dos grupos de caminhada que incorporei à minha vida adulta. Curtimos, lógico, as atrações que a natureza lá nos oferecia, como cachoeiras, cavernas, pequenos cânions, montanhas várias, sem falar na atração que os minérios subterrâneos faziam aos ônibus da excursão que, colocado em “ponto morto” eram atraídos por outras direções.

Não pude me sossegar, porque do meu próprio quintal à beira-rio, lá na rua Moreira 150, em Cachoeiro de Itapemirim, a garotada teve sua atenção atraída por luz única no céu, entre, possivelmente, meio dia e uma hora. Bem, era somente a imagem que meus olhos míopes me ofereciam, mas mirem o desenho que encima este artigo e... vejam os detalhes desenhados por crianças, possivelmente entre 6 ou 8 anos, que acreditei e acredito ser de autoria de uma das irmãs, nossas vizinhas, Lena e Mirna, filhas da professora Dail Athayde. Elas nos identificaram luzes e janelas ao redor do contorno do objeto! A notícia se espalhou, até gente com binóculo apareceu, e na rua se formaram ajuntamentos. O ponto luminoso fazia deslocamentos em linhas retas, e, finalmente, sumiu para as bandas do leste.

Deu-se isto em 13.12.1957, conforme pg.177 do meu “Escrevivendo”, ou em 29.11.1958, conforme o escritor Evandro Moreira, amigo e irmão, na página 137 do volume II de “Cachoeiro, uma história de lutas”. Os jornais da época podem, porém, nos ajudar quanto ao exato ano. E me sucederam outras aparições: em 1978, na Barra da Tijuca, diante da Discoteca Dimensão, na madrugada de 11 de março de 1978, três delas acompanharam, em formação, a linha do litoral, e repentinamente deram uma guinada à direita sumindo no escuro horizonte. Acho que nenhum veículo aéreo idealizado e construído por humanos seria capaz de tão rápida manobra! Em 1980, desloquei-me de Brasília para Goiânia, a fim de visitar casal que conhecêramos, eu minha mulher, em Poço de Caldas, Masanari e Selma. Com eles, na noite de 14.06.1980, fui até uma fazenda de propriedade do pai da noiva de um casamento vespertino, em que eram padrinhos. Voltamos bem tarde, e em determinado trecho da estrada, paramos numa “venda” para nos refazermos. Lá, os poucos frequentadores olhavam curiosamente para o céu, na direção, de uma nuvenzinha de mobilidade lenta. Apurei que, por ali, não havia, também, qualquer aeroporto cujas luzes se refletissem naquele espaço celeste, ou alguma estrada de muito movimento. A única que existia era a que se levava a Mato Grosso, e era bem distante. Resolvemos, então, apesar dos temores dos outros viajantes no carro, seguir a nuvenzinha... que se adiantou tanto que não pudemos mais segui-la...

No dia seguinte, em Brasília, procurei uma livraria que se dedicasse ao assunto e fui feliz: pude saber que aquela forma de apresentação – sob nuvem – era própria de momentos de aparecimento ou desaparecimento de óvnis, justamente passando da nossa dimensão espacial para outra.

Depois, um longo espaço de tempo sem contatos imediatos: fui guardando recortes de jornais, revistas e livros que me esclarecessem a motivação dessas viagens ao planeta Terra. Foram muitas aparições, inclusive fotografadas, discutidas e até sigilosamente arquivadas (segredos para preparar a segurança das nações).

E só em 23 de janeiro de 2000, anotei:

“Maricá, Rio de Janeiro 23...

Madrugada, cerca de três da manhã, levanto-me para ir ao banheiro. Ao passar pela janela do quarto, no primeiro andar, que dá para a frente do terreno, e olhar para o céu, na tentativa de adivinhação do tempo do dia seguinte, descubro estranhos fortes brilhos de três estrelas, em posição paralela às Três Marias. De repente, as duas das extremidades começam a pulsar, perdendo, aos poucos sua intensidade de luz até desaparecerem. A do meio, sem pulsar, vi também diminuindo sua luz até atingir o tamanho de uma estrela comum, e se deslocar para o norte. Quando consegui apanhar o binóculo e correr para o jardim, só vislumbrei reflexos das luzes da cidade, em meio à vegetação das árvores mais altas.”

Outra vez?... Fiz força novamente, tentei apaziguar meus pensamentos e o máximo que consegui foi vivenciar um proposital e imenso jejum de incógnitas sobre essas invasões interplanetárias...

Até hoje, quando li, no jornal, que...

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Milton Ximenes é cronista, contista e poeta
RJ

Email: miltonxili@hotmail.com
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