16/10/2023
Ano 26
Semana 1.339

 




Arquivo

Conversa

com o paciente



 

 


 

Urgências, encaixes etc



Dr. Pedro Franco

O Dr. não faz encaixes? Não. Quando se faz encaixe, prejudica-se 3 pacientes. Os dois que estão marcados, e o terceiro que, sem horário, ficou entre os dois. Se percebo que o atendimento não pode esperar outro dia de marcação de consulta, conforme o horário da solicitação, atendo no início, ou no fim do expediente. E o Dr. é rígido em horários? Sou e principalmente nos meus. Chego diariamente muito antes do primeiro paciente e quem esperar mais de dez minutos, em função do horário previamente marcado, esteve em dia excepcional. E de atraso, quanto aceita dos pacientes? No máximo 10 minutos, até porque doutrino os pacientes, não gostou de doutrinar, aconselho-os a chegar 15 minutos antes do horário marcado, para evitar os atropelos ao menos em relação à pressão arterial e à frequência cardíaca. O Rio de Janeiro é cidade de trânsito complicado, sei, por este motivo recomendo que os pacientes cheguem bem mais cedo. A sala de espera é calma e cadeiras confortáveis não faltam. E com mais de 50 anos de clínica cardiológica aquilato que a maioria das urgências, atendidas em consultório, deveriam ter sido iniciadas em serviço de urgência. E não no consultório. Vamos a exemplo. Dor no peito, consultório, é enfarto do miocárdio. O máximo que se consegue em consultório é chegar ao diagnóstico e se perdeu, isto é, o paciente perdeu precioso tempo de tratamento, que não perderia, se fosse atendido logo em serviço de urgência. Mostrei um exemplo e cardiológico, lembrando que muitos sintomas, que o paciente julga cardiológicos, podem não estar vinculados ao coração e outros e outros exames são absolutamente necessários e os serviços de urgências os têm. Com a evolução da Medicina, se o médico continua sendo o timoneiro, comandante, não pode prescindir de exames e até de outros especialistas. A correta ciência médica requer exames, ainda que a Medicina, ainda bem, continua sendo também arte, das mais difíceis de exercer e ainda mais com tanta modernidade. Que não se jogue a experiência fora, porque há lugar para o novo. Ainda que bem que a experiência médica não deve ser confundida com coisa velha, ultrapassada. Em Medicina sempre há o que estudar e sempre em benefício do paciente. Se houver experiência, o médico competente e experiente pode separar o joio do trigo. E ainda bem. E atender no horário marcado. 


Pedro Franco é médico cardiologista
RJ
pdaf35@gmail.com

 

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Direção e Editoria
Irene Serra