01/03/2022
Ano 25
Semana 1.262

 




Arquivo

Conversa

com o paciente



 

 


 

Hipertensão arterial


Pedro Franco



Antes de abordarmos o importante assunto, que é a hipertensão arterial, julgamos útil citar alguns dados estatísticos muito marcantes, relacionados a uma das principais preocupações de saúde publica em todo o mundo:

1) 13 a 25%, conforme a fonte, das populações sofre de hipertensão arterial;

2) A "Metropolitan Life Assurance" acompanhou dois grupos de pacientes, com 35 anos, com pressão arterial de 150:100 mm Hg e pressões normais e com a mesma idade: os do primeiro grupo viveram, em média, menos 16,5 anos.

Acho que não precisamos cansá-los com dados estatísticos, que provam ser a hipertensão arterial merecedora de toda a nossa atenção e cuidado, mas não de medo, pois tanto sob o aspecto de causa (etiologia) quanto de medicação (terapêutica) os progressos são notáveis e milhões de pacientes se beneficiam todos os dias, quer se curando de sua enfermidade, quer controlando o nível da pressão arterial. Vale reproduzir uma frase de um dos mais estudiosos pesquisadores americanos no campo da enfermidade arterial hipertensiva, Irving H. Page: "Na enfermidade hipertensiva preocupar-se apenas com a elevação da pressão arterial, constituiria um erro quase infantil". Queria o pesquisador dizer que ao lado do emprego de remédios e dietas para se diminuir a pressão arterial, o paciente deve merecer uma pesquisa médica meticulosa, com a finalidade de tentar se descobrir a causa da hipertensão, já que, em algumas eventualidades, se descobertas, o paciente pode ser curado e definitivamente até.

Para enfatizar um dado importante, em tão complexa enfermidade, vale destacar que será absolutamente imprescindível que o binômio médico-doente se entrose de forma total e harmônica, com paciência e explicações pormenorizadas por parte do médico, contando com integral compreensão e confiança do enfermo.

Pelo exposto, constatamos que a doença arterial hipertensiva continua sendo um dos problemas mais graves de Saúde Pública em todo o mundo, devido à morbidade e mortalidade que condiciona, fazendo com que, nos centros mais adiantados, tenham sido criadas entidades específicas, com vultosos recursos, encarregadas do estudo da hipertensão arterial. Mesmo quando o médico não pode se prevalecer dos mais modernos avanços da tecnologia, para aclarar a etiopatogenia da doença arterial hipertensiva, deve usar toda sua arte-ciência médica, para prover, do modo mais completo possível, a pesquisa e o tratamento, valorizando igualmente os dois importantes ângulos da enfermidade. Quando, pelo menos de um ponto de vista doutrinário, não focaliza bidirecionalmente a doença arterial hipertensiva, valorizando tratamento sintomático e pesquisa etiológica, não está proporcionando ao enfermo todas as chances que merece." Podemos destacar a importância que o seu médico-assistente tem na profilaxia e no controle, ou cura, desta importante enfermidade, que é a hipertensão arterial.




Pedro Franco é médico cardiologista
RJ
pdaf35@gmail.com

 

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Direção e Editoria
Irene Serra