01/11/2022
Ano 25
Semana 1.294




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Eletricidade estática


Muitas vezees levamos choque só de encostar em objetos ou outras pessoas, que aparentemente não deveriam dar choque por não estarem ligados à corrente elétrica.

Infelizmente, não é preciso estar ligado a uma corrente elétrica para conduzir eletricidade. O corpo humano, por exemplo, é condutor de eletricidade, assim como outros materiais. Somos eletricamente neutros, isso é, apresentamos o mesmo número de prótons e elétrons. Porém, podemos apresentar desequilíbrio nesse número, que geralmente ocorre através do acúmulo de cargas estáticas. Quando existe um excesso de elétrons em relação aos prótons, diz-se que o corpo está carregado negativamente. Quando existem menos elétrons que prótons, o corpo está carregado positivamente.

Esse acúmulo é normalmente provocado pelo processo de eletrização por atrito, que é mais expressivo em dias secos. Isso porque o ar seco dificulta a dissipação da carga elétrica, o que favorece o choque. Gotículas de água em suspensão, ao contrário, facilitam a dispersão. Nos dias úmidos, então, essa sensação é mais rara.

O carro dá choque?

O carro atrita com o ar quando se movimenta. Ele até pode acumular um pouco de carga elétrica, mas essa se dissipa por meio de qualquer saliência no veículo, como a antena (este é o princípio do para-raios). Ou seja, o carro não é um bom condutor de eletricidade.

Mas nós somos. E podemos acumular cargas elétricas devido ao atrito entre a nossa roupa e o tecido do banco do veículo, por exemplo, principalmente nos dias de inverno seco, quando usamos blusas de lã, material que se eletriza facilmente por atrito. Daí muitas vezes levarmos choque ao sairmos de um veículo.

O volante e outros materiais que o motorista mantém contato são maus condutores de cargas elétricas. Agora, se tocarmos na porta do carro que, por ser feita de metal, é boa condutora de cargas elétricas, podemos sentir um choque. Ainda assim, ironicamente, somos nós que estamos “dando choque” no carro, já que somos nós que estamos descarregando cargas elétricas nele.

E por que tem algumas pessoas que “dão mais choque” que outras, ou seja, dão choque com mais frequência? Teorias da conspiração à parte, isso pode ter a ver com o fato dos materiais e situações a que ela é exposta diariamente. Por exemplo, uma pessoa que trabalha com equipamentos elétricos está em constante contato com materiais carregados e condutores.

Roupas que grudam

O poliéster é uma fibra sintética comum usada para confeccionar tecidos duráveis e resistentes. Muitas roupas e artigos para o lar, como cobertores, lençóis e edredons são confeccionados com uma porcentagem de poliéster. Essas peças podem produzir eletricidade estática, fazendo com que elas grudem na pele. A eletricidade estática (acúmulo de carga elétrica) pode ser evitada ou anulada com alguns métodos que neutralizam os íons. Se você neutralizar a aderência estática usando amaciante de roupas, cabides de arame, loções, água e outros itens do dia a dia, é possível dar um fim a esse problema.

Neutralizando a eletricidade estática com produtos do dia a dia

Hidrate a pele antes de usar uma peça de poliéster. A pele seca carrega uma carga positiva e o poliéster carrega uma carga negativa. Conforme a pele entra em atrito com a roupa, a eletricidade estática é produzida. Isso é muito comum no inverno, quando a pele costuma ficar mais ressecada. Para aliviar o atrito, hidrate-se com uma loção antes de vestir uma peça de poliéster.

Coloque alfinetes na bainha da peça de poliéster. Se você estiver no trabalho e a roupa começar a grudar no seu corpo, use um alfinete de segurança para remover a eletricidade estática. Coloque um alfinete na parte de dentro da roupa na bainha ou em cima de uma costura para não estragar a peça. O metal do alfinete funciona como um aterramento, neutralizando a carga da roupa.

Esfregue um cabide de arame nas peças. Se você tiver um cabide de arame, use-o para remover a estática. Basta esfregá-lo na peça de poliéster para quebrar a carga. Assim como o alfinete de segurança, o cabide de arame neutraliza a eletricidade estática acumulada na roupa, acabando com a aderência.
Se você perceber que a roupa já tem carga acumulada antes de colocá-la, resolva a questão com o cabide.

Use água. Umedeça levemente uma toalha de mão ou molhe as suas mãos na água e passe qualquer uma das opções pela roupa. A água neutraliza a carga estática e faz com que a peça pare de grudar em você. Além disso, o poliéster seca bem rápido e a roupa não fica molhada por muito tempo.

Toque em um metal aterrado. Se você estiver na rua e a peça de poliéster começar a grudar e incomodar, procure um poste de metal, um cano ou um poste de luz que esteja ao seu alcance e segure neles. Você já conhece a ação do metal sobre a carga.

Ligue um umidificador em casa. O ambiente úmido ajuda a diminuir a ação da eletricidade estática e eventuais choques. A carga pode ser dissipada com mais rapidez se houver mais partículas de água na atmosfera.

 

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Direção e Editoria
Irene Serra
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