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Cientistas acham diamantes de mais de 4 bilhões de anos

Pesquisadores alemães e australianos encontraram na Austrália cristais
de zircônio de 4,4 bilhões de anos, que continham inclusões de diamantes. O achado, publicado na "Nature", ajudará na
determinação da temperatura do início da Terra. Esses diamantes, que são
minúsculos, se formaram quando o planeta Terra ainda estava em seus estágios
iniciais e as condições eram propícias para a criação de tais minerais. O
planeta tem 4,54 bilhões de anos.
Hoje se imagina que a
temperatura na época fosse de 680º C. Mas, com esse valor, a pressão atmosférica
para formar os diamantes deveria ser 10 mil vezes maior que a normal. O achado
levantou a suspeita de que as condições de temperatura e pressão deveriam ser
diferentes.
Embora não haja diamantes de 4 bilhões de anos facilmente
acessíveis, existe um caso de um grande diamante de 400 kg encontrado na Bahia,
chamado Esmeralda Bahia, que foi avaliado em quase 6 bilhões de reais e é
considerado patrimônio cultural brasileiro.
Apesar das
controvérsias, investigadores confirmaram que o cristal é o fragmento de
rocha mais antiga já encontrado na Terra – 4.375 bilhões de anos, com variação
de 6 milhões de anos para mais ou menos.
“Nós provamos que o registro
químico dentro destas zircões (cristais de silicato de zircônio) é confiável”,
disse John Valley, principal autor do estudo e geoquímico da Universidade de
Wisconsin, Madison. Os resultados foram publicados) na revista Nature
Geoscience. “Apesar de um dos mais antigos zircões Jack Hills sofrer danos da
radiação, os átomos de chumbo ficaram no lugar. Os pesquisadores meticulosamente
contaram os átomos de chumbo individuais dentro do zircão mais antigo conhecido
com uma técnica chamada tomografia átomo-sonda desenvolvida recentemente. Dentro
do zircão, átomos de chumbo agrupados em zonas de dano têm apenas alguns
nanômetros de largura. Imagine pequenas associações de adolescentes durante o
intervalo escolar – como adolescentes, nenhum dos átomos de chumbo tinham
deixado as suas zonas.”
A
confirmação da idade de zircão detém enormes implicações para os modelos de
Terra primitiva. Oligoelementos nos zircões mais antigos da faixa de Jack Hills
da Austrália sugerem que eles vieram de rochas de granito – ricas em água, tais
como granodiorita ou tonalita, como outros estudos têm relatado. Isso significa
que a Terra esfriou com rapidez suficiente para rochas da água de superfície e
do tipo continental se formarem 100 milhões de anos após o impacto que deu
origem ao nosso satélite natural, a colisão maciça que formou o sistema
Terra-Lua. Os cristais contêm inclusões microscópicas, tais como bolhas de
gás, que fornecem uma janela única para as condições na Terra como a vida surgiu
e os primeiros continentes formados.
“Os zircões mostram-nos o que há de
mais antigo da Terra e o que era mais parecido com a Terra que conhecemos hoje”,
disse Valley. “Não era um lugar inóspito”.
“Bons zircões são para sempre,
e isso nos ajuda a separar o joio do trigo de uma forma que nunca poderíamos
fazer antes”, disse Valley.
Fonte: Live Science

Direção e Editoria
Irene Serra
irene@revistariototal.com.br

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