Mandalas

Mandala é uma palavra do idioma sânscrito, que significa círculo. Mesmo sendo
considerado uma língua morta, o sânscrito é um dos 23 idiomas oficiais da Índia,
devido a sua importância para o hinduísmo e budismo.
Os
primeiros registros de mandalas são datados do século VIII, na região do Tibete,
presentes também em diversos outros países do oriente, como Índia, China e
Japão.
Geralmente elas são usadas em rituais religiosos (no budismo,
hinduísmo e taoísmo - onde os símbolos yin e yang são considerados uma mandala;
a junção dos dois símbolos formam um todo e representam o equilíbrio que deve
ser mantido em todos os aspectos da vida) ou como forma de concentração durante a meditação, sendo um
meio para se chegar a um certo objetivo, e não ser o objetivo em si. São
desenhos de formas geométricas concêntricas, denominados yantras
(palavra derivada dos idiomas falados na península indostânica), considerados como algo sagrado,
sendo muitas vezes a representação do círculo da vida.
Esse objetivo pretendido muda de acordo com cada uma das culturas onde as
mandalas são observadas,
e é de extrema importância não apenas a concentração nas formas,
mas a construção do desenho. As formas podem ser criadas com diversos materiais,
que sempre são extremamente coloridas. O meio mais comum de criar mandalas é
através de tintas coloridas em papel ou tela. Na tradição hinduísta é bastante
comum encontrar mandalas pintadas em diversos templos e outros locais sagrados.
Nessas técnicas são utilizadas cores vivas e que muitas vezes representam os
diversos chakras do corpo humano. Desse modo, o colorido das cores usadas nos
desenhos seria uma forma de realinhar esses chakras e permitir melhor circulação
da energia, garantindo, assim, uma melhora tanto no sentido espiritual como
físico.
Na tradição hindu eles são como centros de energia, que ficam espalhados pelo
corpo humano.
Alguns templos budistas guardam a tradição da
confecção de mandalas com ferro ou madeira, ganhando formatos tridimensionais e
geralmente são usadas como uma representação da morada de alguma divindade.
Há ainda um
outro método de criação de mandalas ainda mais especial, que é feito por monges
budistas de alguns templos ao redor do mundo. Nesses templos os monges estudam
por anos a arte da criação de mandalas usando areia colorida. A confecção do
desenho pode se estender por horas ou dias e, quando o desenho é completado, ele é
imediatamente destruído. Só então o material usado é descartado em algum rio.
Essa arte serve para representar que tudo na vida é efêmro, passageiro.
As mandalas também são muito usadas para presentear amigos, e, nesse sentido, o
processo é regado por diversas tradições e rituais, que significam boa vontade,
já que é algo bom receber uma mandala como presente de alguém.
É interessante
notar que, mesmo que os primeiros registros oficiais tenham vindo do oriente, os
nativos do continente americano também faziam uso de formas geométricas
concêntricas em rituais, principalmente nos cultos relacionados à cura. Os maias
e os astecas as pintavam em calendários circulares.
No mesmo período, foi disseminada a ideia de alquimia, onde centenas de
cientistas estudavam formas de transformar materiais. As mandalas aí também
foram incluídas, já que os desenhos aparecem em diversos textos herméticos
escritos na época.
A arquitetura gótica teve seu início no norte da França entre os anos 1050 e
1100 e o desenho dos círculos concêntricos, mandalas, se espalhou pelas igrejas.
O vitral completo
mais antigo está na catedral de Augsburg, na Alemanha e foi construído no século
XI.
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Formas que evocam mandalas são predominantes no Cristianismo. São exemplos a
cruz celta (inserida na Irlanda pelas mãos de St. Patrick, que usou a figura do
sol – elemento supremo para os pagãos – e o associou à cruz cristã para
introduzir a fé católica); o halo ou auréola; a coroa de espinhos; a Rosa Cruz;
vitrais, como este na Catedral de Reims.
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Neste mesmo período, foi disseminado o conceito de alquimia, onde cientistas
estudavam formas de transformar materiais, e sabe-se que as mandalas foram
incluídas, pois seus desenhos aparecem em diversos textos herméticos escritos na
época. Conclui-se daí que o ser humano sempre teve fascínio pela construção dos
desenhos das mandalas.
Experimente pintar uma mandala e sinta a paz que
isso lhe trará! Ao preencher o meio do CD, recrie, e faça um incensário.
Móbiles, quadros,
chaveiros e muito mais também são feitos nesta arte, que tanto bem faz a quem
pinta e a quem recebe.

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Direção e Editoria
Irene Serra