A essência de Rosh Hashana
Rabino Kalman Packouz
Rosh HaShaná é o Ano Novo
Judaico. Diferente do Ano Novo secular, que é celebrado em muitas
partes do mundo ‘civilizado’ com festanças, bailes, bebendo em
excesso, assistindo os fogos de artifício na praia ou uma bola
descendo no Times Square, em Nova York, o Ano Novo Judaico é
celebrado refletindo-se sobre o passado, corrigindo nossos erros,
planejando para o futuro, orando por saúde, por um ano doce e
celebrando, em família, com refeições festivas.
O rabino
Nachum Braverman, do Êsh HaTorá de Los Angeles, escreveu:
“Em Rosh HaShaná fazemos um balanço de nosso ano e oramos
repetidamente pedindo vida. Como justificaremos mais um ano de vida?
O que fizemos com este ano? Foi um período de crescimento,
introspeção e interesse pelos demais? Fizemos bom uso de nosso tempo
ou o esbanjamos, o jogamos fora? Foi realmente um ano de vida ou
meramente um ‘passar de tempo’? Agora é a hora de nos avaliarmos e
reordenarmos nossas vidas. Este processo é chamado “Teshuvá”, voltar
para casa – reconhecendo nossos erros entre nós e D’us, bem como
entre nós e nossos semelhantes. E corrigi-los.
Em Rosh
HaShaná rezamos pedindo para sermos inscritos no Livro da Vida,
pedimos por saúde, por sustento. É o Dia do Julgamento. Mesmo assim,
nós o celebramos com refeições festivas, na companhia de familiares
e amigos. Como podemos celebrar quando nossas vidas estão penduradas
numa balança? Definitivamente, confiamos na bondade e na
misericórdia do Todo-Poderoso. Sabemos que Ele conhece nossos
corações e nossas intenções, e com amor e sabedoria decidirá o que é
melhor para nós, assim confirmando Seu decreto para cada um de nós,
para este ano que se inicia.
Nas refeições das duas noites
de Rosh HaShaná existe o costume de mergulharmos a Chalá, um pão
especialmente trançado, bem como uma maçã em mel, simbolizando
nossas esperanças de um ano doce. Existe um costume de comermos
várias Comidas Simbólicas – em sua maioria frutas e vegetais - cada
uma delas precedida por um pedido. Por exemplo, antes de comer uma
romã, pedimos: “Possa ser Sua vontade ... que nossos méritos sejam
tantos como as sementes de uma romã”. Muitos pedidos estão baseados
em jogos de palavras (em hebraico) entre o nome do alimento e o
pedido em si. Como estes jogos de palavras se perdem quando a pessoa
não entende hebraico, existem aqueles que fazem seus próprios
pedidos. Outro costume é o Tashlich, um arremesso simbólico de
nossas transgressões. Este ano é feito no domingo à tarde, depois da
oração de Minchá (a oração da tarde).
Lembrem-se: estes atos
simbólicos servem apenas para ajudar a sintonizarmos com o que
precisamos fazer da vida, para despertar nossas emoções e paixões.
Não são um fim em si. Com certeza não são o ponto principal de Rosh
HaShaná.
Também lhes recomendo o livro, em inglês, Rosh
HaShana & Yom Kippur Survival Kit, disponível nas livrarias
americanas. O telefone da livraria Torah Treasures, em Miami, é
001-305-673-6095 e o da livraria Eichler’s, em Nova York, é
001-718-633-1505.
Traduzido
e enviado por Gerson Farberas
com autorização do autor.
Publicado na Revista Rio Total em 17 de setembro, 2005