16/11/2020
Ano 24- Número 1.197

 

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PEDRO FRANCO

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Como é que pode?

Pedro Franco - CooJornal

Muitas vezes nos perguntamos como pode estar pensando de forma igual a alguém determinado. Normalmente pensamos diferente em gênero, número e grau e agora, de acordo com minhas concepções de vida, não há como ficar em campo oposto em relação a determinado assunto, que por si só é complexo e põe complexidade nisto. O COVID 19 complicou o mundo, mundo que já era complicado. E a vacinação, ser obrigatória, movimentou o País. Vale afirmar que um rol enorme de tolices a vacinação ensejou. E com vai haver vacina, veio a ideia, pensando na população, de tornar a mesma obrigatória. E antes de expressar minha posição pessoal, afirmo que, tão logo consiga, vou me vacinar e aconselhar, como médico em atividade, que todos se vacinem e com a grande esperança que ela seja a bala de ouro para a pandemia. Falo em bala, que até, veja o absurdo, tem a bancada da bala! Só que desta vez a bala vira vacina, não mata, ao contrário, preserva vidas e deve ser comemorada e tomada. Então me ponho inteiramente a favor da vacinação ampla, com possibilidade para todos se vacinarem. Acredito que campanhas de vacinação devem ser governamentalmente implementadas e com os recursos devidos e que as vacinas não sirvam para escoadouros da má política. O Instituto Butantan é órgão sério e competente e, feito a Fiocruz, de conceituação cientifica inabalável e internacioanl. Não lidamos com uma “gripezinha” e o número de mortes face ao vírus inequivocamente mostra isto, e não usar máscara, isto sim, é abominável e sem desculpas. E depois deste preâmbulo chego à discussão que grassa. Tornar a vacina obrigatória e punir quem se negar a tomar. E cairão argumentos contra minha ideia, sei, mas, se na vida não mantemos nossas idéias, fica complicado se olhar no espelho. Ainda que reconheça que há argumentos de peso a favor da obrigatoriedade da vacina, sou contra e apenas por princípio democrático. Só regimes totalitários, sempre invocando vantagens para a população, obrigam isto, ou aquilo. Democracias devem respeitar as vontades pessoais, ainda que em detrimento dos anseios sociais e gerais. Vou me vacinar, prego a vacinação e acredito que os governos federal, estaduais e municipais devem apregoar a necessidade de vacinação de forma enfática. Logicamente que já discuti com amigos este e outros assuntos e um deles, de boa memória, reportou-se à discussão que tivemos, quando o Governo quis levantar a obrigatoriedade dos pais porém filhos nas escolas. Lembrou-se que não aceitei que pais não tivessem esta obrigação. É fui, por vários motivos, contra a revogação da lei, posto que, sem a obrigatoriedade, pais estariam avançando no desenvolvimento de outras pessoas, no caso o filho. Portanto o amigo estava misturando alhos com bugalhos. O assunto vacinação obrigatória é complexo, não há porque negar. Enfim, vacine-se, por benefício pessoal e social. Máscara, alcogel, vacina e juízo são absolutamente recomendáveis. O mais difícil é por juízo na cabeça de quem não o tem.


Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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