16/06/2020
Ano 23- Número 1.177

 

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PEDRO FRANCO

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Fluminense Futebol Clube e alguns tópicos

Pedro Franco - CooJornal

Estádio fundado para ser palco de campeonato sul americano. E o hino, dos mais bonitos dizia: Cativa pela sua disciplina. Com as últimas diretorias, troco para indisciplina. Que pena! E como Xerém produz craques! E muitos ganham o indevido. Por quê? E afora na pandemia compraram o Fred, que já jogou bem. Julgo que o jogou diz o que penso.

Castilho. Carlos José Castilho, em época de profissionalismo, o goleiro reserva em quatro copas do mundo, fechava o gol no Fluminense. Apresentou problema em dedo, custava a ficar bom e poder voltar ao gol. Se tirar a falange, volto logo? Volta. E mandou tirar a falange.
Telê Santana. Fio de esperança. Grandes escaramuças; ele ponta direita e Nilton Santos lateral esquerdo pelo Botafogo. E em fim de campeonato o centro avante se machuca. O Fio é escalado no lugar dele, faz gol e Flu campeão. No final da trajetória foi jogar no Madureira, que perdeu para o Flu de 4 a 1. Só que Telê marcou o gol e as duas torcidas comemoraram o gol, mais até a do Fluminense, que saudava seu grande ídolo. Depois foi técnico espetacular.

Bigode. Bigode foi da seleção que perdeu para o Uruguai no Maracanã e fez nome jogando pelo tricolor. A perda da copa do mundo, que teria medrado e não medrou, pesou na carreira dele. Foi para o Fla. Foi campão pelo Fla (dissidência do Flu). Conta a lenda que na comemoração do título, tirou a camisa do Fla e por baixo desta estava a camisa do seu coração, a do Fluminense. Imagina se nestes dias truculentos faz isto?

Avião. Durante a Grande Guerra e toda a guerra é pequena, o Flu doou um avião à Força Aérea Brasileira.

João Coelho Netto, filho do escritor Coelho Netto, foi jogador símbolo do Fluminense e marcou o primeiro gol da seleção brasileira fora do País. Só que ninguém o conhecia pelo nome e sim pelo apelido, Preguinho. Conta-se que os filhos do escritor eram levados da breca (expressão tirada do baú) e muito aprontaram em Laranjeiras. E o Barão do Rio Branco vai visitar o escritor e os filhos de Coelho Netto gritam careca, careca. O Barão faz cara feia. Coelho Netto, contrito, desculpa-se. Os filhos dos empregados não têm a mínima educação. Desculpe-os, Barão.

Tinha lá meus oito anos e fui ver Fluminense e Vasco no campo deste. Meu pai tinha amigo sócio proprietário do clube e ficamos com ele na social do Vasco. Estreava um jogador uruguaio no Flu, Invernizzi. Batatais, um dos nossos melhores goleiros de todos os tempos, findava sua carreira. E o Flu faz gol. Grito. Gol. Olhares zangados e bronca do pai. Ficou nisto. Nestes tempos violentos seríamos surrados. Bons tempos aqueles, que na geral os geraldinos se confraternizavam. E não querendo dar cores tristes à crônica, passo por cima do final de vida de Batatais.

O Fluminense Futebol Clube carrega um pouco da história do Brasil, ainda que não seja melhor que os outros clubes, concebe-se diferente e mesmo no dizer do teatrólogo Nelson Rodrigues assim é. “Vários clubes têm três cores, só o Fluminense é tricolor.” Infelizmente não há como fazer a lógica reclamação ao autor. E como há fantásticos torcedores do Clube e seria lista de páginas e páginas. Diga-se que o clube foi fundado por Oscar Alfredo Cox, seu primeiro presidente, em 21 de julho de 1902. Presidia e jogava futebol Escrever a história do clube não cabe em crônica, assim me voltei ao futebol. Termino com exceção não futebolística. Único clube no Brasil com a Taça Olímpica, auferida em 1949. Passei em 1952 vinte dias semi concentrado (8 às 21 horas) na sede do Fluminense pela seleção carioca de basquetebol juvenil. E se já era tricolor, ainda que jogasse pelo Grajaú Tênis Clube, a paixão se solidificou.



Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.



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