01/04/2020
Ano 23- Número 1.167

 

ARQUIVO
PEDRO FRANCO

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Sou biblioteca

Pedro Franco - CooJornal

E até é homenagem imerecida. E não estou rasgando sedas e nem sou de falsas modéstias. Até a recebi e aceitei com satisfação. Vou abrir parêntese, visto que amigo já me perguntou se tenho algum interesse financeiro na Pousada Altenhaus, tanto falo nela. Amigos podem fazer até perguntas idiotas. Não, não tenho qualquer interesse financeiro. Se o gajo vai a Paris todos os anos e como é de lei exalta a excelsa cidade, ninguém pensa que levou jabá para cantá-la e decantá-la. Não sou de jabás, idem a equipe da pousada. Explico mais, trabalho arduamente durante onze meses, apesar de octogenário e venho à pousada, há treze anos, depois que vendi a casa de Petrópolis. Ela, pousada, é meu Paris. Tempo de descansar e minha esposa e eu curtimos entre 28 e 31 dias em Itaipava, fugindo também do calor do Rio. Intróito feito, quase volto à homenagem. Leio obituário de alguém de valor e tempos depois o falecido recebe a homenagem, sendo nome de Rua, Avenida, ou Praça. E muitas vezes, julgando merecida a homenagem póstuma, implico com a placa da rua, por exemplo, em lugar feio e violento. Por nome de valor em lugar feio, é “desomenagem”. Ainda no capítulo homenagem, vejo autoridade colocar o nome, por exemplo, do próprio pai em Praça. Quem foi o pai? Um estimado pai, só que as vias não são propriedades dos governantes e se um bom pai só teve méritos familiares, que a autoridade compre casa e na parede frontal à rua coloque Vila Ataulfo Silva. Outro fato ilegal é dar nome de vivo à via. E quem liga à lei? Finalmente volto à Biblioteca Pedro Franco. Foi surpresa, aceitei e gostei. Honestamente quem não gostaria, se nos damos muito bem na pousada, dos donos, dos gerentes ao ótimo jardineiro, ter nome lá. E com o tempo e bate-papos o arquiteto Marcelo Liquori Goyatá, dono da pousada, presenteia-me com livro do Dr. Homero Goyatá, seu pai. Que foi mais ou menos meu contemporâneo na Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO. Lamentavelmente não conheci pessoalmente e por seu livro e relatos da família, principalmente da nora Eliane Goyatá, coube-me admirá-lo como chefe de família e médico conceituado. E então fiz um pedido, negado por gentileza e amizade, que a biblioteca da Altenhaus se chamasse Homero Goyatá. A obra do escritor Homero Goyatá se ombreia com a vida do médico e do chefe de família. Está explicado o imerecido da primeira linha. Cascata para cronicar? Quem me conhece, sabe que tenho lá meus defeitos, quem não os tem, só que de demagogo nada tenho. Fecho com pensamento, que talvez não seja aceito. As demagogias podem fazer tanto mal a um País, quanto as corrupções. Visto que uma leva à outra e a História do Mundo tem exemplos gritantes. E no Brasil? 



Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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