01/08/2019
Ano 22- Número 1.135


 

ARQUIVO
PEDRO FRANCO

Venha nos
visitar no Facebook


 


 

 

 

Será que dá conto?

Pedro Franco - CooJornal


De quando em quando vem a pergunta acima e a seguir um possível motivo para que o assunto vire conto. E desta vez é amigo, que me conta algo, que vira tema. E o caso que me conta, sem a intenção de provocar admiração, serve inclusive para firmar o bom conceito que tenho dele. Resumindo. Este amigo vai sempre a Itaipava e lá sua mulher compra roupas na mesma casa. É tão conhecida que este meu amigo, um sujeito de muito boa vontade e, friso, sempre com honestidade de propósitos, quando passava pela porta da tal casa de roupa feminina, ouviu. Doutor chegou vestido de acordo com o gosto de sua esposa, por ótimo preço e com um jeitinho que me lembrei dela. Logicamente que o vestido estava com bom preço, foi embrulhado e serviu de presente. E de outras vezes, enquanto sua mulher experimentava roupa, batia papo com a vendedora, ótima vendedora, educada, atenciosa e “comme il faut”. A que vem este francês no meio da crônica? Tentava dizer que a moça sabia se portar, nada de sedução e meu amigo, que é médico, fica sabendo que ela tem uma destas doenças crônicas e se condoeu. Tão nova e já carregando cruz! Suas visitas à Itaipava são constantes e sempre as mesmas casas são visitadas. Como vai a enfermidade. O Dr. se lembrou? Estou bem há um ano. Até aí papo normal. E vai a tal loja com a nora, tipo nora/filha. Está atrasado, com frio e apresenta a moça da loja à nora. Feitas as apresentações, escapole para um restaurante ali perto, onde está mais quente. Filho e mulher esperam os dois. Ele, fugindo do frio, chega primeiro, que a nora ficou terminando compra. Nora traz recado da moça da loja. Na correria não disse ao Dr. que, seguindo sugestão dele, voltei a estudar. A nora conta que a moça lhe dera a nova com muita alegria. Perguntam o que dissera à moça para incentivá-la a voltar aos estudos. Confessa que não se lembra e de qualquer maneira fica feliz porque induziu alguém a voltar aos estudos e é alvissareiro este retorno. Logicamente que o fato pode permitir interpretações dúbias, maldosas, só que quem conhece este amigo sabe que não atua por malícia e sempre com a boa intenção de ajudar. Lembrei de fato análogo, de dar conselho e vê-lo usado, quando passando por porteiro do prédio, muito gentil, disse-lhe. Você tem família a criar. Pare de fumar. Muito depois. Dr. segui seu conselho, não fumo há um ano. Valeu, disse-lhe alegre. Julgo que deu crônica, ainda que sem arroubos temáticos, ou inovações de estilo. Espero que outros pensem da mesma forma, sejam oportunos, escolham solos férteis e lancem sementes. Uns pararam de fumar, outros voltaram a estudar, enfim não se soltou palavras ao vento.



Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.



Direitos reservados. É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor.