01/07/2019
Ano 22- Número 1.131


 

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PEDRO FRANCO

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Cuidado, muito cuidado - 2

Pedro Franco - CooJornal

O usual é a ficção se espelhar na vida. Só que quem vê séries americanas, tipo NCIS e semelhantes, concebe que hackers “do bem” podem entrar em desvãos criminais e mesmo oficiais, para chegar a resultados positivos. Estes sites atingidos seriam inexpugnáveis, só que dedinhos ágeis e espertos venceram as barreiras cibernéticas e as séries costumam chegar à “happy end”. Agora no Brasil, junho de 2019, no meio de muita ebulição política e enorme necessidade que os três poderes atuem com um mínimo de bom senso, um invasor cibernético espalha conversas entre autoridades. O ambiente fica mais complicado, visto que muita gente pensa igual, só que não se deve ver conversas patrióticas, virarem declarações desconcertantes e públicas. Vem explicação que as conversas foram gravadas de forma ilegal. E aí? Os falantes se acreditaram inexpugnáveis e agora, só agora, recorrerão a telefones criptografados, distribuídos quando do início dos mandatos. Será que o invasor os julga inexpugnáveis? E as autoridades continuarão falando e falando? Nesta República se fala demais e se governa de menos. Já tivemos autoridade gravada em garagem de palácio, como um boquirroto, quando se pensou que fosse mais ladino, do que de fato era. Agora... No meio da confusão e nos três poderes, há uma oposição ferrenha, deslavada. Um de seus expoentes disse na cara de pau, que sempre estarão contra, pois se o que fosse aprovado, mesmo bom para o País, vide reforma previdenciária, tivesse a chancela de determinado político, este poderia então se reeleger. Assim votariam sempre contra. A referida reforma prova condutas. É como se líderes opositores dissessem, que se dane o País, nós queremos voltar a comandar, para reaver nossas mordomias e excelsas vantagens. E uma sadia oposição como poderia ajudar o País! Então a vida no caso da intromissão cibernética, ilegal, mais uma vez imitou a ficção, em momento impróprio para a República e dando mais força à oposição, que, qual náufrago, se agarra em tudo que possa, tenha ou não respaldo verdadeiro, já que o fulcro é se salvar. Então cuidado, muito cuidado com quem se fala, onde se fala e o que há de fato para proteger as falas. Seria utópico e irreal afirmar que todas as conversas e mesmo as com cunho político, deviam se apresentar com total transparência. Sempre haverá necessidade de se conversar a boca pequena e até lembrando que em boca fechada não entra mosca. Ora, pois, também não é só governar pelas redes sociais. Evitem-se os atropelos das campanhas eleitorais. É urgente sair do palanque e administrar até furos enormes de governos passados. É também tomar cuidado com o que se diz, se planeja, ainda que os interlocutores sejam cidadãos com os melhores propósitos patrióticos. As paredes podem ter orelhas e, se planos vazam, mostram caldos entornados. Eta situação complicada!



Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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