16/03/2019
Ano 22- Número 1.117

 

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PEDRO FRANCO

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“Amigo é coisa p´ra se guardar do lado esquerdo do peito”

Pedro Franco - CooJornal

                                                                                                      

Fernando Brant foi dos melhores poetas brasileiros. Se morreu em 12 de junho, dia dos namorados, vale a homenagem à poesia de Fernando Brant, letrista de Milton Nascimento no início da carreira do cantor compositor. Brant era membro proeminente do mineiro Clube de Esquina, que tantas alegrias nos deu. E me nego a entrar na tola discussão, se letristas de música popular é poeta. É e os há ótimos. Nego-me também a discutir se Chico Buarque é poeta. É e dos melhores da última flor do Lácio. E não confundam ideias políticas com as obras meritórias. Voltando ao título. Sempre que se escreve em países de idioma lusófono, a partir de 1960, dificilmente a frase não é lançada literária, ou coloquialmente, quando a amizade é abordada. Apenas porque é genial. Muitas vezes um parceiro encobre o outro e mesmo sem querer, pois, o primeiro é por próprio valor e em música, se canta, aparece mais. Quantos ficaram na sombra e não estou acusando sóis. Newton Mendonça, Erasmo Carlos, Fernando Brant e há muitos outros exemplos. De vez em quando um coautor, ou autor da letra, ou da música, fica escondido e muitas vezes os dois estão sob as gambiarras dos palcos. Sabe que “A rã’’, cantada por Tim Maia, de João Donato tem letra de Caetano Veloso? Muitos amigos e amigas me contam que acordam com determinada música na cabeça pela manhã e nem sabem bem porque o subconsciente a colocou a tocar na matina de cada um. E hoje era dia de acordar com alguma música de Milton Nascimento, das melhores vozes do mundo e em todos os tempos, em parceria com Fernando Brant. Ouvi CD em que vários cantores mundiais homenageavam os Beatles e Milton Nascimento cantou espetacularmente “Hello Goodbye”, créditos da música para Lennon/McCartney, ainda que a Wikipédia contrarie o crédito e o passe integralmente a Paul McCartney. Para mim foi a melhor interpretação do CD, a do voz de anjo barroco. E eu mando lá no meu subconsciente? Acordei com “Vida de bailarina”, não sei autores e era cantada por Ângela Maria. Sua cantora predileta? Não e sem que a negativa seja qualquer demérito, até porque se me pedirem que liste as dez cantoras brasileiras, na minha Ângela Maria estará. É hora de salvar a crônica neste trecho e me socorrer no Google, para ver direitinho a letra e autores da vida da bailarina. Abro parêntese, o Google pode informar e desinformar. Coloquei o título da música e refresquei a memória que minha cantora predileta, Elis Regina, cantou Vida de bailarina e com sua verve, idem Maria Rita e outras. E alguns sites dão a autoria ao cantor, como se este fosse o autor. Não há cuidado de pôr a autoria, o que é no mínimo desrespeito. Vida de Bailarina, de Chocolate e Américo Seixas, com certas flores aparecendo na letra, “não vivendo p´ra dançar, mas dançando p´ra viver”, entre outras. Só que está tudo bem, tentei fazer justiça a Chocolate (também autor de Canção de Amor com Elano de Paula, linda na voz de Elizeth Cardoso e das músicas prediletas de Maria Helena) e Américo Seixas. Persisto, hoje o subconsciente deveria ter me feito acordar com, por exemplo, “Nos bailes da Vida”, Fernando Brant e Milton Nascimento”. Troquei a ordem por modestíssima homenagem ao poeta, que tanto produziu de belo para a música. Logo para a poesia. Viva o dia do (a) amigo (a). 



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pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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