01/01/2019
Ano 22- Número 1.107

 

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PEDRO FRANCO

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 Natal

Pedro Franco - CooJornal


Frases sobre o Natal:

*O Natal não é uma data, é um estado da mente. (Mary Ellen Chase)

*Feliz, feliz Natal, que nos traz de volta as ilusões da infância, recorda ao idoso os prazeres da juventude e transporta o viajante de volta à própria lareira e à tranquilidade do seu lar. (Charles Dickens)

*Natal. Esta é a estação para acender o fogo da hospitalidade no corredor, o cordial fogo da caridade no coração. (Washington Irving)

Recomendo a leitura de dois contos nesta época: “Missa do Galo” (Machado de Assis) e “O presente dos Magos” (O. Henry). Espero que gostem.


Crônica de 2018


Sabem os amigos que escrevo a crônica de um ano embebido em rabanadas e panetones do ano anterior, logo a de 2018 foi escrita em fins de 2017. Sei, embeber é em líquidos, só que tomei liberdade poética, que o momento natalino permite as imprescindíveis liberdades. E os derradeiros dias de 2017 podem desanimar a crônica, fato que não quero e, assim, vou deixar 2018 sem prognósticos e só com desejos de melhoras. Melhoras como? Não sei. Quem sabe? E vamos ao Natal. Já reclamei que as cibernéticas crianças não levam computadores, games, “i” várias coisas, a mostrar à rua, aos amiguinhos. Ou só existem colegas com comunicação via dedinhos? Avisam-se por intermédio de mensagens, ou nos “whatchatos”, que sei eu de cibernética, dos seus presentes natalinos. Ruas são perigosas, absurda verdade! Mesmo assim o Natal é época de fazer crianças alegres em especial, pois, todos angariam alegrias neste período. Crianças, ainda que muitos tentem deslustrar a infância, são ainda crianças e com todas as emoções latentes e incrivelmente belas. Viva a criançada! Maduros olham Natais de forma diferente e a maioria tenta desacreditar Papai Noel, respaldados até em nuances psicológicas. Pena tenho de quem nunca acreditou no “bom velhinho” (bom velhinho é dose!) e de quem dele não guardou recordação amena. Viva Papai Noel! Maduros e nada a ver com político de outro país. Volto aos maduros normais, que recriaram em maioria seus fins de ano, de olho gordo nas possíveis vantagens de 2019. Poucos guardaram a ingenuidade, que já tiveram e a praticidade dos tempos atuais contribui para que este ardor infantil não tenha vaza e nem no Natal. Todo o momento deve ser midiático e a douta senhora, a Mídia, só pensa no fim de ano em conseguir mais vendas, analisando picos e “shares” e de fato propagandeia bem, há que aceitar. Viva a madureza, que segundo Wilde “agradece à juventude o brilho da sua inexperiência”! Às crianças dei viva, com menos entusiasmo dou aos maduros. Sobraram os velhos. Infelizmente sempre, ou quase sempre, sobram. E é pena porque os velhos e as velhas tiveram, com o passar de suas vidas, um retorno parcial à ingenuidade das crianças, ao menos nesta gloriosa fase do ano. Voltam-lhes Natais passados, emoções adormecidas, vultos até que cá não estão, brinquedos e mimos recebidos, ceias passadas... Todos sentem isto? Todos, na vida real, não existe, só que pelos testemunhos de outros e pelas minhas vivências voltam muitos Natais, retornam muitos familiares e amigos, trazendo saco enorme, muitas vezes maior do que o que são carregados por renas televisivas, com saudades “da aurora da minha vida, da minha infância querida” (Casimiro de Abreu). Muitos idosos não falam e apenas olhos molhados comemoram o retorno aos seus bons tempos de criança. Olham, emocionados, árvores de Natal e a sarabanda que lhes vai em volta. Então viva a velhice, comemorada com ajuda de crianças e adultos não velhos. Que todos unidos e irmanados saúdem Papai Noel, o Natal, a linda história representada pelo presépio, que para a maioria é a base perene do Feliz Natal. Também desejo Feliz Ano Novo, com harmonia, respeito às diferenças, paz, saúde, uns reais a mais serão benvindos e especialmente esperanças, um mundão de esperanças. E votos de amor feliz, sempre!



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pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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