01/12/2018
Ano 22- Número 1.103

 

ARQUIVO
PEDRO FRANCO

Venha nos
visitar no Facebook


 


 

 

 


Sobre músicas, notícias etc.

Pedro Franco - CooJornal


Já devo ter comentado na Rio Total que mudei longa rotina, premido por notícias do Brasil atual. Começo cedo o trabalho e tenho o mau hábito de chegar antes da hora, defeito indesculpável neste quartel de Abrantes. E no tempo de vinte minutos, meia hora, apto Grajaú consultório na Tijuca, ia de CBN, a rádio que toca a notícia. E bem. Anos e anos e eis que abandono a CBN e passo a ouvir música de CDs. Parece até que a rádio caiu de padrão e não caiu, muito pelo contrário, continua excelente. O que despencou e aumentou muito foram as tristezas das notícias e ainda mais quando eleições se aproximam. Há ainda a lamentar e muito o teor das comunicações dos horários eleitorais. Tive que vencer intensão de colocar eleitoreiros. Então estou querendo me alienar, não saber de corruções, formações de quadrilha, malfeitos, agressões de deputados e senadores e pior, até divergências terríveis na Suprema Corte? Notícias ruins sobre saúde, educação e segurança pululam. Então, pelo menos até enfrentar as agruras do consultório, onde constato doentes cardiológicos, só que enfermidades agravadas pelo período complexo que todos vivemos e principalmente para idosos, quero fugir dos descalabros atuais. Neste primeiro horário da manhã de trabalho não mais engulo as noticias do dia a dia. A velhice é complicada por si só, agregar-lhe os descarrilamentos atuais, é aumentar muitos sofrimentos e não quero atender pacientes já de alma pesada, pelo que ouvi no rádio. A tarde então volto a não alienação. De manhã música. E eclética. Exemplos, de Adamo a Cyro Monteiro, de Chico a Noel, Trupe Limousine a Caetano Veloso, de Pedro Vargas a Dick Farney, Ray Charles a Zé Ramalho e sem faltar Elis, João Gilberto e Elizeth. Como é apenas para uso pessoal, faço também CDs com as melhores músicas de certos CDs, que compro e nestes boas mesmo há poucas. E não tem ouço muita coisa nova. Talvez devesse? Que tal Milton Nascimento cantando em CD de homenagem aos Beatles? Escolheu “Hello Goodbye” e ninguém dos outros astros internacionais cantou melhor! Gosto de bossa nova e tenho preferência por três autores antigos, Orestes Barbosa, Custódio Mesquita e J Faraj. Que letras fez este? Basta citar A deusa da minha rua e Professora, aquela que canta “louco de amor no teu rastro, vagalume atrás de um astro...” Animam-me muitas manhãs um trio, Tim Maia, Jorge Benjor e Alceu Valença, deste se lembra da “La belle de jour”? Qual o melhor casamento entre letra e música? Voto em “Discussão”, com letra espertíssima, de Tom Jobim e Newton Mendonça, que merece ser aprendida em qualquer vida a dois. Não gostaria de fechar a crônica sem tocar em dois destaques, Nara Leão e Orlando Silva na sua primeira fase. Absolutamente diferentes, ainda que marcantes. Deixei muita MPB de fora? E quantas. Prometo ouvi-las nas manhãs, fugindo desta fase Brasil. Oremos por melhoras. “E a lua, furando nosso zinco, salpicava de estrelas nosso chão.” 
 



–––––––––––––––––––––––––––––––

Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco



Direitos reservados. É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor.