01/09/2018
Ano 21- Número 1.091


 

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PEDRO FRANCO

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Dias disto e daquilo

Pedro Franco - CooJornal


Passou o dia dos pais. Aleluia. E ouvi. Isto é invenção do comércio. E com conotação absolutamente negativa. Não participei, avisa. E o comércio comemora com ênfase o Natal, dia das mães, dos namorados, do pai e o comentário desairoso será o mesmo, como se o comércio estivesse esbulhando os consumidores, para vender mais. Que quer vender mais é lógico e vender mais é benefício para toda a Sociedade. Maior venda, maior arrecadação de tributos e com repercussão positiva para a sociedade. E o espírito de porco, que reclamou do comércio, vai perguntar, arrecadar mais, para os políticos roubarem mais? Arrecadar mais nada tem com políticos roubarem mais e vale perguntar ao tal encrenqueiro se o político, que ele escolheu, é ficha limpa, foi corrupto, ou se houve bem? Quem põe políticos nas câmaras são os indivíduos que votam. Deixo a questão voto e retorno à necessidade do comércio lucrar, bem como a indústria, a agropecuária, todos enfim, já que prosperidade gera prosperidade e que os governos tenham órgãos que vigiem o lucro e dele usufruam parte e sem ser guloso demais. Vivemos em sistema capitalista, que pode ser bárbaro, ou não, aviltante, ou progressista. Os países em que se vive melhor, não combatem o lucro, apenas o direcionam em benefício do povo e nunca matando a galinha dos ovos de ouro, que lhes proporcionam impostos, lucros governamentais, representados por todos os setores que produzem, lucram e pagam tributos. E assevero que não estou copiando trechos do Conselheiro Acácio de Eça de Queiroz e falando o óbvio ululante. No sentido de combater o lucro, ouvi de deputado de esquerda, há uns vinte anos, o seguinte absurdo. Parêntese, não estou dizendo que toda a esquerda pensa igual ao tal deputado. Determinado laboratório descobre um medicamento que se mostra muito útil. No momento em que a droga mostra valor, o laboratório deveria perder a patente, que ganharia o domínio público. Parece piada e não é. É doutrina contra o lucro e abro aspas, “em benefício do povo”. Vamos à realidade. Laboratórios pesquisam, visando lucro. Tudo bem. Vale lembrar que muitas substâncias são pesquisadas, parecem promissoras e na prática apresentam efeitos colaterais e os milhões, que foram gastos em sua pesquisa, escoaram pelo ralo, porque ela, substância, nos teste se mostrou nefasta. Para cobrir estes gastos, será necessário que alguma substância daquele laboratório tenha sucesso, dê lucro e então o laboratório continua pesquisando. Por que os estados não pesquisam? E o estado brasileiro não é bom fiscal, vide as agências reguladoras. Voltando aos laboratórios de pesquisa e a necessidade de lucros, por que o governo não os tem em grande escala? Por que raramente os estados sabem encaminhar pesquisas, que podem ter sucesso, ou não. Então no dizer do tal político e que era deputado, o laboratório pesquisava, se havia prejuízo este era dele, se tivesse sucesso, perdia a patente e ficava a ver navios. Para que pesquisar então? Que o estado deixe o laboratório pesquisar, se der lucro, bata palmas e arrecade mais com o lucro do mesmo. Não acha que os laboratórios podem ter lucros excessivos. Podem, se o Estado deixar, se não regular lucros. Tirar-lhes as patentes seria um erro tremendo e anti progressista, tipo tiro no pé. Estou sendo simplista em assunto complicado. Ou se complica o fácil com doutrinas mirabolantes? Enfim que o comércio lucre, que toda indústria lucre, para todos lucrarmos. Então será dia dos pais, ou dos avós, ou dos namorados, que todos comprem e, se tiverem sensibilidade, os compradores encontrarão nuances para darem as datas aspectos emocionais, não mercantilistas, de amor, ou fraternidade. Precisamos e muito merecemos lucros emocionais e sem dar pecha ao comércio de nefasto, quando propagandear os dias de comemorações. E viva Papai Noel!



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pdaf35@gmail.com 



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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