04/06/2018
Ano 21- Número 1.079


 

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PEDRO FRANCO

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Ainda o antigo e violento esporte bretão (II)

Pedro Franco - CooJornal


E vem Copa do Mundo aí e o futebol como um todo sofre os mesmos percalços da sociedade. Ainda que o Brasil pareça a nós brasileiro péssimo, muito acontece de ruim em todo o mundo e há até lugares com vida ainda pior. De futebol vamos mal, já que não temos dinheiro para segurar nossos melhores jogadores e muitos que vão, nem craques podem ser considerados. E nossas finanças no futebol passam por mãos nem sempre limpas. Não sei como alguns jogadores valem fortunas e com futebol tão precário. Poucos jogadores, jogando no Brasil, fazem parte dos 23 selecionados para ir à Rússia. Se somos pobres de jogadores, que ficam em clubes brasileiros, de técnicos também há escassez. E o treineiro perdeu algumas partidas e já é trocado, ao bel prazer da politicagem clubística, de torcidas ditas organizadas e até pelo complô de jogadores e pseudopolíticos intramuros. E os dirigentes de federações? Alguns andam às voltas com inquéritos e outros foram banidos pela FIFA e, repito, vem copa do mundo aí. Acredito que no contrato do técnico da seleção deveria estar item que proibisse os mesmos de serem garotos propagandas neste período. Acredito que sejam bem pagos, então que só cuidem de futebol. Todos os treinadores de seleções brasileiras em copas do mundo viraram garotos propaganda e nem sempre se saíram bem. Gosta do Tite? Gosto e daí? Péssimo no anúncio e não precisava.

E continuam a ocorrer partidas de futebol em altitudes desaconselhadas pela Medicina Esportiva. Dona FIFA proibiu, com base em trabalhos científicos de valor. Depois cedeu. Politicagem em saúde esportiva. Absurdamente se vê jogadores tomando oxigênio na beira do campo, porque a adaptação é complicada. Quando morrer um jogador... Dona FIFA lançará lágrimas de crocodilo. Dia destes o Fluminense jogou em Potosi. A vergonha de sempre. Junte-se laudos técnicos e os retratos de jogadores no oxigênio, extenuados, e se acabe com este absurdo, tão grave quando dopings.

O futebol é também pobre de comentaristas especializados. Como se ouve tolices nos comentários. E quando a rádio que toca a notícia apresentou ótimo trio, um locutor e dois comentaristas, inovou e até com toque de classe. Primeiro saiu o Professor Evaldo José, que irradiava bem, ainda que implicasse com seu bordão: Que lindo. O Fluminense toma um gol e o Evaldo grita "que lindo!" Das três ótimas inovações ficou o excelente Carlos Eduardo Eboli. Evaldo saiu e fiquei pasmo ao ver vários ex jogadores ficarem nas latinhas e o Álvaro de Oliveira Filho não mais atuar. Juntaram Globo e CBN e o Álvaro, que de fato dava um toque de classe às transmissões, com conhecimento, clareza e isenção, não mais ouvi. Reformulação para pior!

Pobres juízes de futebol. Além de alguns serem despreparados, é tarefa ingrata, difícil e com repercussões exaltadas.

Coitadas de suas mães, ainda mais estando em moda xingar quem não pensa como alguém. Vale dizer que muito infelizmente sou órfão.

E meu Fluminense? A Diretoria patina e se enrola. A organização, que era marco do único clube brasileiro com a medalha olímpica, cedeu. Pior, muito pior, os futuros candidatos de oposição são de chorar. Gente que acionou o clube indevidamente, gente que anda enrolada na vida profissional e todos pensam no clube como tábua de salvação para seus furibundos bolsos. Quem já fez algo muito importante, o Pedro Antônio, que dá nome ao CT. Oxalá seja candidato. De resto oremos.



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pdaf35@gmail.com



Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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