01/04/2018
Ano 21- Número 1.071


 

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PEDRO FRANCO

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Feminismo, empoderamento, interpretações etc

Pedro Franco - CooJornal

O corretor ortográfico lavrou um tento. Pôs empoderamento em vermelho. Estou com ele e não abro. Empoderamento deve ficar no rol de conjuntura, então, aldeia global etc. Não que o corretor implique com estas outras palavras, só que são usadas à tripa forra e enchem o saco. Encher o saco pode? Espero que sim. E a palavra “top” do feminismo no momento fica sendo a necessidade de empoderamento da mulher. Dar poder, igualdade e até mais às mulheres é mandatório, obrigatório, necessidade de constância e reconhecimento diário. Mas ouvi reclamarem na CBN que determina mulher foi à reunião de chefias e ouviu e antes dela na sala todos homens.  Você veio encantar a reunião. E a mulher se danou, julgando que estavam diminuindo sua participação na mesma. É questão de interpretações e intenções. É possível que o valete tenha diminuído a participação da bela, que só entraria com seu encantamento, lhe tirando o empoderamento. Ou apenas quis ser gentil e até sem segundas intenções. Olhou-a e se expressou com admiração, ou desrespeito? Foi politicamente incorreto? Houve assédio sexual e devia levar processo pela proa? Complicado. Está ficando complicado viver. Como começar uma relação? Achei bonita, simpatizei, pergunto o telefone do cachorro, olho com admiração, foi olhar de frete (vide Jorge Amado), ou puro olhar para flerte? Flerte? O que é isto? Estás no século XIX?

Se mandar uma flor, ou caixa de chocolate, é prova de assédio? Diamante não deve ser. Como mostrar-lhe que quero namorar, tenho intenções normais, sou normal, não faço xixi na cama, fui rapaz legal e tive até crédito na Ducal. Era tão fácil começar um namoro e exemplifico, comecei namoro no século passado, era um chato ciumento (incurável, sei, ciúmes é falta de confiança em si, sei também), tive passe vendido por ano e meio. Voltamos e em fevereiro último completamos bodas de diamante, dois filhos, três netos devagar, que não nos dão bisnetos, ainda que excelentes pessoas e acompanhados por outros três jovens, que nada ficam a dever aos netos. Paro, só que vou saber como chegaram às duas moças e ao rapaz, que os acompanham, sem passarem por assédios e cuidando, independente dos sexos, que cada um respeite o empoderamento do outro. E, creiam, o amor ainda existe e com esperanças de ser eterno.

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Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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