1º/02/2016
Ano 19 - Número 970


 

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PEDRO FRANCO

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Então está combinado  

Pedro Franco - CooJornal


 
Começo por fato estranho. Para eleger o melhor cantor do ano, no Domingão do Faustão (e o apresentador como era interessante no “Perdidos na noite”!), os funcionários da TV Globo, em 2015, por ordem alfabética apresentavam 3 candidatos em uma categoria, a serem votados depois pelo público. Neste ano, por exemplo, cantores são Luan Santana, Lucas Lucco e Tiaguinho. Então tá combinado, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Jorge Benjor, Cauby Peixoto, João Gilberto, entre muitos outros bons cantores, não estão cantando mais. Entre as mulheres as indicadas, Anitta, Cláudia Leitte e Ivete Sangalo. De fora Betânia, Gal, Maria Rita, Calcanhotto, Bebel Gilberto, Fernanda Takai, entre outras, também, não cantam mais. E por aí vai a votação...

Pobres treinadores de futebol, bestiais ou bestas (vide Oto Glória) conforme os resultados dos seus times. E às vezes têm que pôr em campo jogadores que interessam ao empresário, ou ao político dirigente do clube, deixando de lado algum que tem mais bola e mais compromisso com o time. E nem vamos discutir o prazo de alguns contratos e os ordenados pagos a alguns péssimos atletas, ditos chinelinhos, que usam os ditos chinelos, mais que chuteiras, porque vivem contundidos, ou não jogam por desculpas de dodóis imaginários. E se as situações dos clubes são ruins, piores são as oposições dentro deles. E as federações? Complicações desde a FIFA a federações assemelhadas.

Fica combinado que em tribunal judiciário nem sempre o mérito jurídico precisa prevalecer, já que o empossado tem costas políticas quentes. Conta-se com retribuições em julgamentos posteriores!

Em algumas eleições candidatos, com fichas mais sujas que pau de galinheiro, candidatam-se por força de ardis chicaneiros e mesmo com fichas imundas são eleitos e empossados. Viram Vossas Excelências e com direito a juris especiais.

Alguns pronunciamentos políticos podem sofrer do “não foi bem isto que eu disse, o repórter me interpretou tendenciosamente”. E o jornalista entendeu bem, publicou a verdade, verdade esta que naquele momento não mais interessava ao político. Fica o dito pelo não dito e tudo como dantes neste triste e hilário quartel de Abrantes.

Fica combinado que para entrar em algumas academias literárias, ou profissionais, deve-se ter manhas. Já que o mérito literário, ou profissional, não precisa ser julgado. Haja cambalachos, igrejinhas, doações, elogios absurdos, pagamentos de lautas refeições, que terminam em eleições espúrias. Para evitar equívocos, vamos a fato. O poeta, prosador, tradutor, Mário Quintana candidatou-se por três vezes à vaga na Academia Brasileira de Letras. E perdeu as três eleições. Perdeu para quem? Como não poderia perder para alguém, em eleição limpa e meritória, nunca vou me dar ao trabalho de pesquisar os três vitoriosos.

Então no País fica tudo muito bem combinado e torçamos apenas que os jovens não estrangulem definitivamente as esperanças de dias melhores.
  


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Comentários sobre o texto podem ser enviados ao autor, no email pdaf35@gmail.com

(1º de fevereiro, 2016)
CooJornal nº 970


Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
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