01/10/2015
Ano 19 - Número 954


 

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PEDRO FRANCO

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Nós da vida

Pedro Franco - CooJornal

 

Muitas vezes na vida de cada um, com maiores ou menores dificuldades, há nós a desfazer. Em determinadas ocasiões temos nó Górdio e apresentam-se obstáculos intransponíveis e parecem que vão conturbar definitivamente nossas existências. E podem ser de várias categorias, amorosos, familiares, jurídicos, financeiros e até policiais. Se houve morte, cadeia, ou desamor, ficam cicatrizes permanentes. Sei que psiquiatras com fundadas razões técnicas não desejam falar de culpas. Só que sob determinadas condições, quem se enrolou nos fios e chegou ao nó, deve-se honestamente perguntar, mesmo se não for contar a resposta da pergunta a outrem, se teve culpa ou não na feitura do nó. Tive culpa? Poderia ter agido de outra maneira? De que adianta chorar perante o leite derramado? Já está feito. Adianta, se em condições semelhantes, não for pelo mesmo caminho, que lhe enviou à confusão. E a vida curiosamente repete quase as mesmas situações, os mesmos nós. Homem ou mulher tinha conquistado um amor. Serve apenas de exemplo. Vivia um amor e por dois reis de mel coado, pula a cerca, cria dolorosa traição com uma relação sexual fortuita. Só que o amado, ou amada, entre as regras de viver não encontra aceitar traições e com muita mágoa a relação amorosa acaba com choro, lágrimas e definitivamente. Ainda mais que havia indícios de outros deslizes do mesmo gênero. E a vida corre e por sorte vem outro amor. Aquele traidor não assumiu a culpa do insucesso e então torna a pular a cerca. E outra vez está com nó e agora sem jeito de desenrolar. Parece um tropismo pela besteira e acaba só. E já chegam os nós que independem de nossas vontades e nos chegam. As doenças, ao menos algumas, ou mortes idem. E há enfermidades provocadas pelos pacientes, um exemplo apenas, com doenças provocadas pelo tabagismo, que é nó que os próprios enrolaram os fios da vida com suas tolas fumaças. Em mortes ocorrem nós independentes da vontade, exemplo, cai o elevador onde estava, terremoto etc. Ao contrário, um motorista bebe, vai dirigir alcoolizado, bate com o automóvel e morre. E às vezes leva alguém. Bebera anteriormente, já fora apanhado na lei seca e reincidira. Portanto há vários tipos de nós na vida e de muitos poderíamos nos ter livrado. De outros, infelizmente, não. De incertezas e surpresas vivemos. Talvez seja esta uma das graças de viver, saber desfazer nós e mais importante, preveni-los.
 



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(1º de outubro,2015)
CooJornal nº 954


Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
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