No café da calma manhã de férias ao mastigar a granola com banana, pensei que certos alimentos são agradáveis à mastigação, fato que não ocorre com a aveia. O pão alemão três grãos está na mesma categoria da granola e este tipo de avaliação pode independer do gosto do alimento. Como a manhã era calma e esperava a lista para comprar material para conserto da velha casa, pensei que o assunto gostar, ou não gostar, de alimentos para mastigar, não se prestava à crônica diária, a que me obrigo nas férias, tipo treino. Ainda que Mestre Didi asseverasse que treino é treino, jogo é jogo. Treinando, ou jogando, quem escreve quer que a matéria seja palatável para o leitor. E saber o que agradará ao leitor, é uma adivinhação complicada. O pensamento saltou então deste tópico para a Sra. J. K. Rowling, autora dos livros sobre Harry Potter e que foi colocada pela revista Forbes entre as milionárias do mundo e devido à publicação de seus livros e filmes. E li em outra revista que a Sra. Rowling fora escrever como terapia para depressão. Alguém poderá pensar então que, ter ficado em depressão, foi uma sorte. Não sei qual é o atual estado de espírito da Sra. Rowling, estando rica e adulada. Pelo que conheço de depressão, não posso conceber que foi uma sorte ter ficado deprimida, descarregando a enfermidade nos seus livros. Com relação a estar feliz, ou infeliz, lembrei-me de frase de Françoise Sagan, chorar em um Jaguar, é melhor que chorar em um bonde. Pode ser, ainda que rir a pé seja melhor que chorar no Concorde. Também recordei lenda, que contava que determinado rei, julgando-se infeliz e na época não se falava em depressão, julgou que se vestisse a camisa do seu súdito mais feliz, encontraria a felicidade. Procura daqui e dali e depois de demorada pesquisa encontrou-se o homem mais feliz do reino. Feliz e tão pobre que não tinha camisa para doar ao rei. A história para aqui e não conta o que aconteceu com o rei, ou com seu súdito. Provavelmente o rei ficou sem a felicidade, o súdito, por não ter a camisa, possivelmente perdeu a cabeça. Foi penalizado porque não tinha a camisa que faria o rei feliz. O rei ficou infeliz, ou feliz? A Sra. Rowling permanece feliz, ou infeliz? Fato que nem seus escritos dão uma pista. Deixo aos entendidos procurar o diagnóstico para a escritora. Em seguida pergunto ao vento se alguém em cava depressão, consegue escrever, mesmo se literariamente a obra possa ser posta em dúvida. Ou será que a história da depressão é mais uma pílula usada pelo “marketing”, para chamar ainda mais a atenção para os livros. Se não li os Harry Potter, devo dar crédito ao gosto das crianças de todo o mundo, algo que confere mérito aos livros. Meu pensamento esperava e vadiava na calma manhã e passei da Sra. Rowling para Monteiro Lobato, que sempre lutou com dificuldades financeiras, apesar de ter criado Emília, Pedrinho, Narizinho, Dona Benta, Tia Anastácia, o Visconde de Sabugosa e o Marques de Rabicó. Parei na comparação e nem atingi a louvação de Lobato, porque me chamam para comprar o material para o conserto das colunas da velha casa. Ela e seu dono são solidários em colunas afetadas.