10/05/2014
Ano 18 - Número 891


 

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PEDRO FRANCO

 


 

Pedro Franco



Esportes, Copa do Mundo etc

Pedro Franco - CooJornal

Ao satírico filósofo romano Juvenal (DC 55 ou 60 - 127) é debitada a frase que para o povo basta pão e circo. Agora em vez de circo basta esporte? Para não parecer que sou contra esportes, que sempre me encantaram, tanto que fui jogador de basquete, vale dizer que para o povo prefiro saúde e educação, incluindo-se na educação obrigatoriamente esportes. Portanto se não pratico mais esportes, não quer dizer que não vivo agarrado às telinhas, vendo quase tudo e especial futebol, preferencialmente do Fluminense, vôlei, especialmente o feminino, onde a bola cai menos, basquete masculino, automobilismo e em olimpíadas esportes com o Brasil em cena, com destaque para corridas e natação. Dito isto, vou comentar sobre alguns aspetos do mundo esporte.

É ético uma escuderia de corridas dar ordem a um piloto que ceda lugar ao companheiro de equipe? Em maioria creio que a reposta é não. No meu caso digo sim. Vamos a determinados conceitos. Fórmula 1 é competição muito onerosa, onde estão muitos interesses financeiros para a sustentação das equipes. Dois bólidos tem o mesmo dono, a mesma bandeira. Um deles, o que está atrás, tem mais possibilidade de atacar um concorrente, ou está em posição muito mais favorável no campeonato e ao chefão, à escuderia, interessa que o de trás passe o da frente e vem a ordem do microfone, deixe o companheiro passar. E o mundo cai em cima da escuderia, houve marmelada, falta esportividade etc. Nas corridas humanas de longas distâncias há fragrante jogo de equipes de países e até inscreve-se corredores, que entram para puxar tempos, os ditos coelhos. Isto pode? Nas corridas de bicicletas há um total jogo de equipe e ninguém reclama. Em outros esportes todos jogam para um determinado jogador fazer o gol, ou a cesta e todos julgam e é esporte e é natural. Julgo muito pior um piloto segurar de forma anti esportiva o de outra escuderia, para o seu companheiro vencer. Vi em Buenos Aires, aos dezessete anos, Froilan Gonzales segurar Chico Landi para Juan Manoel Fangio vencer. E Fangio nem precisava da ajuda espúria. Perón e Evita estavam no autódromo e vibraram. Foi antiético. Enfim acredito que estas ponderações possam merecer discussão.

Parece-me que nossos técnicos de vôlei estão em ótimo nível profissional, fato que acredito que nossos técnicos de futebol não conseguem. Nem Felipão atingiu bons resultados no exterior, exceto em determinado tempo em Portugal. E antes da seleção brasileira esteve no Palmeiras e só não foi à segunda divisão, porque foi trocado. Voltando ao vôlei, um aspeto me chama atenção, principalmente no Bernardinho, a maneira de se dirigir às moças da seleção, ou dos times dirigidos e já ouvi pela televisão apelar para o baixo calão e ofender até a que foi considerada a melhor jogadora do mundo. Lamentável. O outro técnico do mesmo valor, José Roberto, já foi mais comedido e noutro dia chamou sua levantadora de burra. Só que burra é mais suave aos ouvidos que palavrões e fisionomias histriônicas. E acredito que os dois sejam os melhores técnicos de vôlei do mundo e o esporte brasileiro na mão deles tem dado muitas alegrias. Nota-se que as jogadoras de vôlei dizem muitos palavrões, como a maioria das jovens. Que tal ambos iniciarem campanha para limpar bocas sujas, dando exemplos. Palavrões têm ocasiões propícias, tais como topadas...

Será que Júlio César é ainda nosso melhor goleiro? Será que o Fred entra em forma mesmo e o Jô é o melhor reserva da camisa 9? Se Neymar não se recuperar... E nem vou bater na tecla que o Brasil não estava preparado para a Copa do Mundo e muito menos para as Olimpíadas, porque não está. Agora Inês é morta, a Copa está por pouco mais de mês e todos devemos nos portar da melhor maneira, para salvar a imagem do País, apesar das artes da CBF e de Dona FIFA. Oremos.


(10 de maio/2014)
CooJornal nº 891



Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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