19/04/2013
Ano 16 - Número 836

 
 

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PEDRO FRANCO

 


 

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Pedro Franco


 Pois é
 

Pedro Franco - CooJornal

“Por favor, leitoras, levem a crônica na esportiva.”

Há crônicas que pretendem abordar os assuntos com seriedade, outras não. E usualmente não é necessário explicar esta pretendida conotação hilária, pois o próprio desenvolvimento do escrito mostra a intenção. Nesta, avisar que esta caminha pela segunda possibilidade é necessário, pois, se não, principalmente as mulheres, especialmente as feministas, parariam nas primeiras linhas e o autor ganharia o rótulo de machista. Portanto esta não é uma crônica séria, nem pretende ser sisuda. Mulheres em geral e raramente homens têm a possibilidade de ligar a “aporrinhola” por motivos triviais e sem importância. Obs. A engenhoca é manivelada especialmente nas fases de TPM. Acreditamos que a “aporrinhola” seja um instrumento primordialmente de uso feminino, não exclusivo, que deve ser acionado por uma manivela e que repete reclamações menores aos erros mais tolos dos maridos, ou mulheres, se são repetidos. Um exemplo, não colocar a toalha de banho exatamente no local que lhe é destinado. Pode o marido estar cansado, desgastado, agastado, preocupado com o trabalho, ou com o próximo jogo do Fluminense, que vem a sentida reclamação. Não importa se nos outros vinte e nove dias anteriores a toalha tivesse sido colocada no local destinado, se naquele dia tiver ficado na porta “blindex”. E a “aporrinhola” começa a ser manejada por um motivo fútil, tolo e de repente assuntos cada vez mais sérios são arrolados e se, o parceiro não percebe, encontra-se em complexa situação, onde alhos ficam misturados com bugalhos, culpas e erros misturam-se a ações inocentes e a confusão estabelece-se e ninguém se entende. E com uma locução pode-se resolver o problema. Uma espécie de frase mágica, desde que receba a ênfase necessária. Como o abre-te Cézamo resolvia os problemas da gruta de Ali Babá. O pois é deve ser pronunciado de maneira entre terna, zombeteira e alegre. Se a entonação for correta, pode estancar a discussão no nascedouro. As mulheres com o dito, que nada diz, cancelam o problema, que de resto não existe, desligam a “aporrinhola”, tiram a manivela, reclamam depois do pois é, mas a vida seguiu sem aquele "imbroglio", tolo "imbroglio". Oh mancebos, não usem o dito em discussões, conversas, sobre assuntos de fato sérios, importantes. Se este cuidado não for tomado, perde-se um ótimo remédio e complica-se o relacionamento. Usá-lo indevidamente é falta de respeito, desconsideração. No momento propício digam o pois é, como se uma palavra fosse. Poisééé!



(19 de abril/2013)
CooJornal nº 836



Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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