12/04/2013
Ano 16 - Número 835

 

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PEDRO FRANCO

 


 

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Pedro Franco


Síndrome Pré-IR
 

Pedro Franco - CooJornal

Muitos maridos descobriram que podiam viver melhor, em maior harmonia, quando decoravam o ciclo menstrual da mulher e, principalmente, se cuidavam-se nos dias do período pré-menstrual. E nestes dias, aparentemente normais, nenhum assunto mais sério era discutido, nenhuma ponderação era feita. São poucos dias e, passada a tensão pré-menstrual, colocavam a vida em dia, pois a companheira voltou à normalidade, à coerência, saiu a irritabilidade emocional excessiva. O título do artigo mostra que acredito piamente também na Síndrome da Tensão do Período Pré entrega do Imposto de Renda, para quem tiver que cuidar de seu próprio imposto e se tiver mais de uma fonte de receita. Não, os ricos não têm esta tensão, que têm contadores espertos, idem os pobres, que não têm ganhos e miséria não paga imposto. Graça o mal, junto com a dengue na época de preparar o IMPOSTO de RENDA dos infortunados da classe média. Como é difícil apanhar alguns comprovantes, que podem vir, às vezes, com atrasos e equívocos; os dos bancos, muitas vezes, estão complicados; dificuldades de preenchimentos e interpretações; novos erros de preenchimento, complicações com os programas no computador etc, etc. Antigamente era em formulários. Agora só nas engenhocas, aliás, o programa é bem feito e poupa tempo. Não custos... E entender o manual, cada ano mais simplificado, no dizer das autoridades, mas que deixam dúvidas. Fugir dos conselhos de amigos "técnicos", nem sempre tão técnicos, conselhos que acham um absurdo você pagar tanto e aconselham apelar para fórmulas, digamos, esdrúxulas. E vem aquela pergunta fatídica? Meu dinheirinho, ganho com suor e determinação e que vai para o Governo, via impostos, está sendo bem gasto? Fica a pergunta e as respostas podem ser os escândalos, que a imprensa mostra em cantos e desvãos de bancos, entidades, sindicatos e em quase todos estados, para não falar nas câmaras as voltas com fichas limpas e algumas muito sujas. E continuam professores e médicos mal pagos, a assistência e o ensino catastróficos. Não é hora de pensar na Política e nem na crise mundial (coitados dos da Grécia e de Chipre!). É sim hora de fazer o IR. Há que pedir de novo aquele documento, que não veio, ou extraviou-se, fazer e refazer cálculos e verificar se digitou errado. Falta o Neguinho da Beija Flor gritar: “Olha a malha fina aí, gente”. E brigar muito com o computador, rezando para não emperrar! Onde deixei aquele recibo? Enfim, está na hora da onça beber água! Ou será o Leão, que quer beber nosso honesto sangue, qual vampiro sedento (que imagem horrível – determinada pela fase).

Vamos ao que o Conselheiro Acácio recomenda. Familiares, oh familiares de toda a espécie, jovens, principalmente jovens, aceitem março/abril como o mês da Síndrome Pré IR! Acreditem nesta espécie de síndrome e não façam pedidos diferentes dos habituais, não interrompam o pai, ou a mãe, quando estiverem lendo o Manual do IR, Bíblia destes aflitivos dias. Comportem-se, evitem problemas, acreditem na tensão e até ouçam os "raps" e “funks” mais baixos e não inovem nada em março e especialmente na segunda quinzena de abril, para evitar reações adversas e descabidas. Cuidem até da volta das baladas, horários de acordar, arrumar o quarto, fazendo os desagradáveis telefonemas de avisos. _ Papai, vou chegar um pouquinho mais tarde, não se preocupe! Mamãe, pode deixar, tomei o suco, que você fez. Moderem no uso dos cartões de crédito e nas contas de telefones celulares. É como se fosse um período de doença do pai, ou da mãe, ou do responsável, a ser respeitado. Uma couvade, pois vai nascer a declaração do IR, de gestação problemática e sofrida. Você um dia compreenderá, pois vai também ter que fazer seu IR. É a vida! É a grande forra de todos nós, pobres e devotados contribuintes.



(12 de abril/2013)
CooJornal nº 835



Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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