16/01/2021
Ano 24 - Número 1.206



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MILTON XIMENES

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Milton Ximenes Lima

 

 

POSSÍVEL CRÔNICA DO NOSSO AMANHÂ

Milton Ximenes Lima - Colunista, CooJornal

De repente, o imenso raio singra sobre os mares do céu, clareia seu próprio caminho, não respeita as nuvens, cai tão longe, em visualização detalhista impossível. Como num filme de ficção científica, ele vai paralisando as pessoas em que toca. Encontro o Roberto e o Erasmo Carlos eternamente sentados à beira do caminho, ofereço-lhes carona para o infinito que ando planejando para mim mesmo: desaparecer. Eles estão confusos, nem se identificam direito, nem sabem onde estão:

- “Preciso acabar logo com isso... Preciso lembrar que eu existo...” - vivem repetindo essas suas queixas e dúvidas, e as vão cantarolando...

Enquanto isto, as notícias vêm emboladas com as de muitas mortes neste planeta perdido.

Ironicamente, os repórteres nos informam que a transmissão das imagens se faz... “AO VIVO”. Repito: como? AO VIVO? E também acho que o vocábulo morte deveria ser substituído por “vidas perdidas”, ou seja, partiram nossos irmãos em Cristo porque não foram atendidos a tempo pelos atuais controladores dos nossos recursos sanitários!

E mais, curioso... não foram publicadas, até agora, estatísticas sobre quantas crianças nasceram neste mesmo período pandêmico!
Preciso sair, busco a rua, então. Logo rapidamente, retorno, porque li na vitrine de uma das lojas um enorme cartaz-chamariz de “Compram-se antiguidades”, e eu, aqui entre nós, por coincidência, após os 80 anos, estou com o meu “prazo de validade” a se extinguir! Sossega leão, pelo menos por enquanto – me censuro.

Paralisia infinita em todos; um amplo deserto de medos e indecisões... está se consolidando.

Agora, um festival de seringas e agulhas se oferece, ameaçador, num mundo de muitos machucados joelhos em súplicas! Esperas angustiantes por horizontes sem mistérios...

O nosso milagroso Instituto Butantan, nessa altura, só nos faz lembrar as danças e folguedos folclóricos de Parintins, parece-nos até, com respeito às tradições, que vão criar, agora, a Turma do “B(oi)tantan”!..., com este nome e tudo que tiver direito.

Neste exato momento os alunos de uma escola pública de Brasília vão perdendo sua força vocal e pulmonar ao tentarem recantar o Ou(virus) do Ipiranga do nosso Hino Maior.

E, por falar em Brasília e sua permanente exibição paisagística no panorama das más notícias originárias de lá e de Brasis distantes, está condenada, de tanta repetição, a um longo cansaço visual, abrindo futuro ostracismo de um jejum turístico, talvez já sem verbas ou iniciativas simpáticas dos seus órgãos oficiais de... desgoverno!

Enfim, nas minhas pausas de esperanças, quietamente vou repaginar e acreditar nos inteligentes e corajosos ensinamentos da oração de Santa Tereza D`Ávila. (“Nada te perturbe, nada te espante! Tudo passa. A paciência tudo alcança...” Nada me perturbe. Nada me espante. “A quem tem Deus, nada falta. Só Deus basta!”).

E depois abraçar (com máscara, claro!) os Roberto e Erasmo Carlos, fortalecendo-lhes a busca do significado do “Procuro acabar logo com isto” e do “Procuro saber se existo..."

Enfim, oportuna e definitiva pergunta, até hoje sem resposta plausível: o promíscuo mercado chinês de WUHAM, paraíso-depósito das tais comidas exóticas e... talvez mortais, já foi demolido?
 

Comentários podem ser enviados diretamente ao autor no email miltonxili@hotmail.com





Milton Ximenes é cronista, contista e poeta
RJ

Email: miltonxili@hotmail.com
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