16/01/2019
Ano 22 - Número 1.107

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MILTON XIMENES

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Milton Ximenes Lima



PASSA, TEMPO... (7)

Milton Ximenes Lima - Colunista, CooJornal


Panfletando sua propaganda, a Escola de Música sugere: “Venha conhecer a Escola de Música que vai te tocar!”


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Vocês não acham que as portas móveis (para frente/para trás, e lateralmente) e as automáticas luzes instaladas nos tetos dos corredores parecem sinais de que os homens estão sendo prestigiados ou homenageados, que “podem passar” livremente, sem interferência de alguém?


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O político fluminense, antes de subir ao palanque, estava todo confuso quanto ao gentílico a ser aplicado na saudação aos habitantes da cidade de Cambuci. Seria “ciense” ou “cetano”? Saíu-se com uma terceira e salvadora opção:
- Povo cambuciano!
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O pires quando atinge a maioridade passa a ser um prato?


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Estão lá nos jornais: “A Justiça VOLTOU ATRÁS e autorizou a taxa de manutenção do jazigo (O Globo, 10.05.18, Segundo Caderno, pg.2). “Depois de VOLTAR ATRÁS no pedido de demissão de cargo... (O Globo, 20.05.18, caderno Rir, pg.28). E, ainda depois, repetido até em histórias em quadrinhos (Bichinhos de jardim, 31.08.18, 2º caderno, pg.5)!


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“Não fique pensando se V. é um bom artista ou não. Tudo tem que estar dentro de V., da sua alma. O simples processo faz de V. um artista, um criador. O importante é respirar o que se faz.” (Rainer Maria Rilke, Carta a um jovem poeta).


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Ariano Suassuna (1927-2014): sua presença aqui no Rio era rara, ele era também conhecido por temer viagens aéreas. Então, quando surgiu a oportunidade, me desloquei até as acomodações instaladas nos jardins do Palácio Itamarati (Relações Exteriores), RJ, local da palestra. Todos bem atentos às inteligentes palavras do Mestre. A tarde foi avançando, a noite já pedia licença e, de repente, por motivos novos, a gente desejava que o evento se encerrasse: brasileiros e incômodos mosquitos deram o ar de sua graça e voos... sem passaportes e preliminares gestões diplomáticas...

Há pouco, o canal “face” nos revela mais uma história do carismático escritor: a um certo jovem tatuado, cara de “hyppie”, bolsinha de couro, óculos redondo, que lhe perguntou em uma das suas aulas:
- Ariano, você não acha que o rock é um som universal?
Ele respondeu:
- Meu filho, som universal só conheço três: arroto, espirro e peido!

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Ainda não conhecia este fato: o cruel ditador argentino Jorge Rafael VIDELA, cujo regime foi responsável pela morte de 10.000 civis, proibiu a leitura do “Pequeno Príncipe” do francês Antoine Saint Éxupery (Jean Baptiste Marie Roger Foscolombe, Conde de Saint Éxupery, 1900/1944) nas escolas argentinas, por considerá-lo “subversivo” para as crianças argentinas.

Fiquei matutando: a meu ver, algum engano houve, me pareceu que ele foi mal assessorado por gente que confundiu o “Pequeno Príncipe” com “O Príncipe”, de Niccolò di Bernardo dei Machiavelli (1469/1527). Fiz releitura de algumas destas suas páginas, aceitei, também, muitas ponderações do comentarista José Nivaldo Júnior (pg.161 e seguintes da edição da Martin Claret), constatei que “Príncipe hoje é todo aquele que detém o poder executivo em qualquer dos escalões, quer seja no espaço público ou na área privada”; os que se apresentavam como “soldados” e “tropas” naquele tempo, correspondem aos nossos “militantes” da política atual ; os castelos daquela época correspondem, hoje, aos núcleos de campanhas eleitorais. O “marketing” de hoje já estava presente nas “guerras de informação”. E a partir de então, guardadas as peculiaridades das épocas, os políticos vivem repetindo os comportamentos daquele passado, ressaltando-se que cada “Príncipe” era dono de visões, comportamentos, e ambições pessoais únicas.
Conclusão: ao redescobrir, no livro, esses procedimentos, só nos resta sorrir, ou mesmo até... rir (gargalhar é uma opção) com essas coincidências atuais: a gente vai enquadrando “direitinho” os vícios, os pecados e macaquices dos candidatos atuais em campanhas da próxima (2018) e, possivelmente, posteriores eleições.!
E então: qual o “Príncipe” do Videla?






 

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Comentários sobre o texto podem ser encaminhados ao autor, no email miltonxili@hotmail.com  





Milton Ximenes é cronista, contista e poeta
RJ

Email: miltonxili@hotmail.com
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